Em 2013, recebi via Whatsapp a piada abaixo. Recebo muitas, e muitas relacionadas com o livro, a sobrevivência do livro etc. Esta agora parece que nem de propósito para o pandemónio da pandemia.
Sofro de uma doença que atinge muita gente que gosta de livros - a síndrome de Diógenes, sou incapaz de deitar fora um papel, uma foto, um bilhete de cinema. Acho sempre que «pode vir a ser útil», nem que seja para uma mirífica colagem algures num futuro em que eu decida virar artista plástico.
Nos últimos dias, tenho-me esforçado por deitar fora velhas fotos, velhos vídeos, livros que obviamente já não vou ler, até porque estão cheios de pó. Alguns são objectos de luxo e estão em excelente estado - os livros nobres das câmaras municipais que visitei ao longo dos anos, por exemplo, e oferecem aos convidados de honra - mas esses mesmos são quase sempre os mais inúteis. É improvável que um dia me interesse pela arquitectura da capela rococó século XX de Solares do Mastoideo.
Estava ontem tentando libertar o telemóvel - de 120 gigas iniciais já só dois, e guardo 20356 fotos, umas centenas delas em baixa exposição ou repetidas, mas eu encontro sempre um pormenor nas supostamente repetidas que as diferencia e fico meio Meryl Streep - quando deparei com este vídeo, que guardei em 2013. Um amigo a quem o reenviei hoje comentou: «É natural, é da época em que os ipads começaram a bombar.»
Se não o conseguirem abrir aqui, podem ir ao Youtube.
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