Também vou deixar por aqui minhas indicações.
1 – A boa terra, Pearl S. Buck
Quando descobri este livro, ainda não sabia que Pearl Buck tinha sido Prêmio Nobel de Literatura. Quando soube, em nada me surpreendeu; minha intenção era apenas folheá-lo, mas acabei lendo-o em dois dias. A saga de um camponês e sua família acaba por ser um retrato da China pré-revolução Aliás, pelo visto gosto mesmo de livros que utilizam-se da história de seus personagens para traçar um panorama histórico, como também é o caso do próximo livro.
2 – Um rapaz adequado, Vikram Seth
Este virou um clássico contemporâneo: mais de 1300 páginas que contam a saga de uma mãe indiana em busca de um marido adequado para sua filha mais nova. Como pano de fundo, a Índia pós-independência, as questões com o Paquistão e a região da Cashemira, as forças políticas e culturais. Temas complexos narrados com bom humor e um estilo elegante, uma prosa poética capaz de dar muito trabalho aos tradutores.
3 – Sangue na neve, Jo Nesbo
Adoro thrillers, e esse é dos melhores. Uma das coisas mais legais do Jo Nesbo é que ele sempre é capaz de nos fazer simpatizar com os vilões. Aqui não é diferente. Olav é um matador de aluguel disléxico que ama literatura e ganha a vida fazendo pequenos serviços para o gangster número um de Oslo. O problema é que ele se apaixona por uma de suas futuras vítimas, a mulher do chefe. Um livro curto, leitura para uma tarde.
4 – Esaú e Jacó e Dom Casmurro, Machado de Assis
Machado continua a ser o mais escritor do Brasil, na minha opinião. A ironia, a forma como dialoga com o leitor o transforma sempre em um velho amigo sempre que o leio. Dom Casmurro é o clássico de que todos já ouviram falar. Bentinho conhece Capitu, casam-se e têm um filho, até que a morte do melhor amigo do casal, Escobar, faz com que Bentinho desconfie da fidelidade da esposa. Esaú e Jacó é menos conhecido mas igualmente maravilhoso: a clássica história dos gêmeos que são diferentes em tudo retrata a própria agitação política no Brasil pós-império. São o uso da língua portuguesa à perfeição.
5 – Número zero, Umberto Eco
O que eu mais gosto nesse livro é que ele é uma ficção “acessível” do Umberto Eco, não tem nada do hermetismo de Em nome da rosa, além de tratar de um assunto super atual: o uso do jornalismo como ferramenta de poder. É um dos mais recentes do autor, e sempre vale a leitura.
Menção honrosa: Rua da Padaria, Bruna Beber
Não sou lá muito chegada a poesia, mas essa série de poemas que retratam a infância no Rio de Janeiro nos anos 1980/1990 roubou meu coração, por motivos óbvios. 😊
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