1. Editar é cortar
Escrever é caos, editar é cosmos. Publica-se (torna-se público) o que ficou do que se deixou de fora.
- Todos os dias fazemos escolhas. O que fica de fora e o que fica dentro.
- Escolher o que fica de fora também é importante, Por vezes é bom, mas não cabe ali. Guardamos para outro artigo ou livro.
- Machado de Assis: e os desvios. O autor-editor.
Um trabalho fora da caixa é bem-vindo. Como o Covidarte da Margarida.
- Mas arrisca-se a sofrer mais escrutínio. Bagagem fora de formato paga mais.
- Mas é bem-vinda.
- Seamus Heaney e a tradução: "Do as you wish, as long as it is witty."
- Se não sabe responder faça boas perguntas. Seja interessante a dizer o que não sabe.
A aula também a pequena conversa mole (ou bate-papo) entre alunos. Faz parte. Foi pena termos esquecido isso.
- A universidade não é só a aula: é também a cumplicidade e a amizade entre colegas.
- O conceito de universidade engloba isso. Para alguns isso é mesmo o mais importante: alunos trocando ideias antes ou depois das aulas.
- Faltou isso (mea culpa) durante a quarentena. Devíamos ter-vos proporcionado reuniões zoom sem presença dos professores.
- E devíamos ter discutido entre nós, docentes, a carga de trabalho a impor ao aluno.
(questão da Renata: como promover um livro específico, sem recurso às técnicas tradicionais?)
Marketing e não só, na verdade tudo o que tem a ver com edição implica isto: nunca esquecer que aquele texto é peça única.
- O profiling hoje tão falado a propósito da discriminação nos EUA é também isso: preguiça de ver a pessoa específica, redução a um estereótipo. «O senhor tem óculos e o suspeito que estamos a perseguir também, por isso achamos que o suspeito é você.»
- Nem as próprias ciências e tecnologias são óbvias. Duas autópsias para George Floyd - e duas conclusões. Como se uma autópsia fosse subjectiva e não objectiva:
- «As conclusões da autópsia independente surgem depois de um exame realizado pelo condado de Hennepin ter referido não haver indício físicos capazes de sustentar um diagnóstico de asfixia traumática ou estrangulamento.» (Expresso, 1/6/20)
- Gosto muito desta cena do primeiro Men in Black / Homens de Negro, com Will Smith e Tommy Lee Jones (Barrry Sonenfeld, 1997). Num teste à pontaria e argúcia dos candidatos a um posto nesta organização, põem uma série de monstros numa sala de alvos: os outros disparam em tudo quanto é assustador, numa carnificina anti-extraterrestres, mas Will Smith dispara um só tiro para o elemento menos assustador, porque viu para lá do estereótipo. E viu o que os outros não viram.
- Duas qualidades notáveis: ver fora da caixa e ver o que está lá mas muitos não vêem. A princesa e a ervilha, lembram-se? Sherlock Holmes e a tradição policiária assenta nisso: personagens que, tendo acesso à mesma informação, vêem o que não está lá. Geralmente, têm um contraponto numa figura cómica, como o polícia «inimigo» do Padre Brown de Chesterton: de um lado um grande leitor, do outro um fraco-leitor.
5. Projeto ou diseertação?
O projeto é, em teoria, mais prático.
6. Bónus
O projeto é, em teoria, mais prático.
6. Bónus
Reparem como a banda sonora altera o modo como vemos esta cena de O Tubarão:
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