O filme O Autor é uma produção hispano-mexicana, dirigido por Manuel Martin Cuenca e está disponível no Netflix. Trata de forma dramática e humorada temas como: processo criativo, literatura de alta qualidade x best-sellers, talento nato ou inato, nacionalismo, imigração e desemprego. Questões com as quais me identifico e adoraria discutir em sala.
O longa retrata a história de Álvaro, o protagonista, que tem como grande sonho ser escritor de alta literatura, mas é advogado e trabalha em um cartório, leva uma vida mediana. Sua esposa, Amanda, no entanto, é escritora de best-seller, premiada e goza de muitos privilégios. Já aqui, traz a discussão do que seria esses dois tipos de literatura e como a sociedade reage diante dessa diferença.
Depois de muitos acontecimentos miseráveis em sua vida, Álvaro resolve investir na carreira de escritor e frequenta aulas de escrita criativa. Seu professor o provoca de diversas maneiras. Mostra uma busca de purismo literário, do que seria uma obra genuinamente nacional, assim como alerta para o fato de se fazer a arte pelo gosto e não em busca de reconhecimento. Por fim, o protagonista, segue ao pé da letra os conselhos do professor, que sinaliza para os acontecimentos reais ao seu redor e desperta no personagem uma espécie de inspiração que o faz tomar decisões extremas.
Edgar Allan Poe já discutiu sobre a questão do processo criativo em A Filosofia da Composição, ensaio sobre o processo criativo do poema O corvo e conforme seu ponto de vista a escrita é mais "trabalho duro" e menos "genialidade" como muitos acreditam. Ao passo que em O Autor a ideia de "trabalho" ganha contornos no mínimo curiosos.
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