Bolonha é a número um do livro infantil, hoje uma indústria importante, uma espécie de subgrupo em crescendo, desde que descobrimos que gostamos que as crianças leiam. A feira de Londres e a de Leipzig estão nas dez mais importantes.
Já agora, tenhamos tele-escola: qualquer decisão implica riscos, como quando se escolhe um livro (porque se acredita nele), quando se regateia um contrato (teremos de cumprir o que a agente pede pelos direitos para português do último Harry Potter), quando se calcula o número de páginas, qualidade (e preço) do papel, capa dura ou mole, distribuição etc.
Aqui, perderíamos sempre:
- Se o vírus (como há esperança) acalmar com a chegada do bom tempo, alguém vai ser acusado de alarmista e de ter causado estragos financeiros desnecessariamente. Nada de dúvidas, isto é um rombo numa indústria.
- Se mantivessem as feiras e houvesse uma aceleração da pandemia, com um elevado número de mortes, choveriam acusações de sacrifícios humanos ao deus dinheiro.
O que vale é que a Páscoa está já aí, e a indústria do livro é especialista em ressurreição.
[Michael Kegler, agente, tradutor e promotor cultural, comenta no Twitter o cancelamento da Feira de Lepzig: «É muita pena, gente, mas é melhor assim.»]
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