quinta-feira, 7 de maio de 2020

Da parvoeira

Mas também é mercado do livro...
E a lição é: um livro nunca está morto - pode estar em coma mas, quem sabe, ressuscita e até mais caro. Aqui, temos livros cujo interesse advém de terem pertencido - com assinatura do proprietário ou dedicatória do autor - a alguém importante. Neste caso, nem tem de ser isso: basta ser de um familiar de alguém importante.

Num leilão recente foram vendidos bens do sobrinho entretanto falecido de Fernando Pessoa, hoje toda uma indústria cultural, entre eles uma cómoda sobre a qual o poeta terá escrito alguns textos, por 41 mil euros.

Esta passagem de um artigo no Público é particularmente engraçada:

«Além deste livro, a CFP adquiriu ela própria vários outros lotes que, por motivos diversos, têm interesse para o acervo da casa. Por um total de 920 euros, comprou uma edição de 1919 dos Versos de Augusto Gil, Dolores, de Ribeiro Carvalho, e A Bomba Explosiva, de José Maria Nunes, ambos dedicados pelos respectivos autores ao poeta Henrique Rosa, irmão do padrasto de Pessoa e umas das figuras que mais o influenciaram quando este regressou a Lisboa, vindo da África do Sul; um lote de memorabilia pessoana que inclui um retrato assinado de um dos meios-irmãos do poeta; uma edição setecentista de uma obra clássica da Maçonaria a que Pessoa alude: Voyages de Cyrus, de A. M. Ramsay; How to Fly, de Richard Ferris, com uma dedicatória manuscrita por Henriqueta Madalena Rosa, meia-irmã de Pessoa, ao seu irmão Luís Miguel (tio e homónimo de Luiz Miguel Rosa); e um conjunto de cinco obras literárias, várias delas também dedicadas a Henrique Rosa.»



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