quarta-feira, 27 de maio de 2020

Aula de hoje com João Morales

Há uma gravação áudio, mas ainda não sei como vo-la facultar. Agradeço eco dos presentes.
Ou questões que só agora se tenham lembrado de colocar.

De Ana Lopes para Todos:  06:06 PM
Consigo ouvir, só não tenho microfone
De Mim para Todos:  06:14 PM
Ok.
Afinidades. Um exercício #divertido no 1º dia de estágio.
Os bons títulos exigem: a) domínio da língua, b) agilidade no uso da língua em diversas vertentes.
De Mim para Todos:  06:20 PM
Lead. Título, antetítulo. Na Comunicação social.
De Mim para Todos:  06:36 PM
Escrita profissional: não é o que esperava. Escrever sobre aparelhos de ar condicionado n'A Capital.
Precioso: várias gerações numa redacção.
meiosepublicidade.pt
O que dizer? E como dizer? Como o embalar?
De margarida félix fontes para Todos:  06:42 PM
professor, a ana lopes pede para informar que a ligação caiu e esta a tentar entrar de novo
De Mim para Todos:  06:44 PM
Tem de ser ela a entrar...
De Mim para Todos:  06:51 PM
McLuhan: the medium is the message.
Depois escreveu novo livro: The medium is the massage.
medium
De Mim para Todos:  07:06 PM
Raymond Queneau
Exercícios de Estilo.Houve uma edição da Colibri.
Gaslighting.
De Mim para Todos:  07:22 PM
Um curso de edição feito por gente com experiência. Não dará título, mas seria muuuuito pragmático. 
De Amanda Vital para Todos:  07:33 PM
Professor, dá tempo de pedir ao João para dizer um bocado sobre o festival literário?
De Mim para Todos:  07:39 PM
Sim.
De Mim para Todos:  07:48 PM
(Re)criar Narrativas
Festival Livros a Oeste. CM Lourinhã
De Mim para Todos:  08:00 PM
fidelização. rotina. A técnica da Time: sai dias antes da data afixada.
De Ana Lopes para Todos:  08:09 PM
Nenhuma pergunta



terça-feira, 26 de maio de 2020

Convite para a masterclass de amanhã, quarta 27

Hi there,

Rui Zink is inviting you to a scheduled Zoom meeting.

Topic: Masterclass com João Morales
Time: May 27, 2020 06:00 PM Lisbon

Join from PC, Mac, Linux, iOS or Android: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/93018918958?pwd=ekJtVWo2d3N3T0RMUHBjWlJSWi9Jdz09
    Password: 587616

Or iPhone one-tap:  308810988,93018918958# or 211202618,93018918958#

Or Telephone:
    Dial: +351 308 810 988 (Portugal Toll) or +351 211 202 618 (Portugal Toll)
    Meeting ID: 930 1891 8958
    International numbers available: https://videoconf-colibri.zoom.us/u/ab57zLuG0E


Or a H.323/SIP room system:
    H.323: 162.255.37.11 (US West) or 162.255.36.11 (US East)
    Meeting ID: 930 1891 8958
    Password: 587616

    SIP: 93018918958@zoomcrc.com
    Password: 587616

segunda-feira, 25 de maio de 2020

João Morales

Conforme vimos ontem, o nosso convidado da próxima quarta 27, João Morales, deixou exemplares na portaria da revista de que foi diretor, a Meus Livros. Dá um exemplar a cada um: basta pedirem a caixa do «Prof Zink/alunos de edição» e recolherem uma revista.
Se puderem façam isso, assim podem colocar perguntas com mais pertinência, conhecer o que ele fazia e tirar mais proveito dessa aula magistral - geralmente são três, este ano teremos pelo menos esta.

Esta foto foi tirada a 22 de Abril de 2019 no palácio presidencial, em Belém, quando a diretora do festival Correntes d'Escritas, Manuela Ribeiro, foi agraciada com a Ordem do Infante D. Henrique. João Morales segurava o carrinho de bebé do jornalista do JL Luís Ricardo Duarte, na foto estão também dois pilares desse festival da Póvoa de Varzim (o maior em Portugal no género, e pioneiro), e havia ainda um par de editores. Tudo aquilo que já vos disse sobre o espírito de comunidade está aqui representado, nesta deslocação para homenagear/prestigiar um «dos nossos». 

Para quem não conseguiu abrir a ligação ao Público de 10/4, aqui fica o seu auto-retrato: 

Chamem-me João.
Sou trabalhador independente (TI), realidade laboral que, com a pandemia, ganhou alguma visibilidade, pela necessidade de alertar para as disparidades que nos encurralam, apesar de colocarmos igual empenho, profissionalismo e dedicação fiscal ao de qualquer outro trabalhador que tenha um patrão, um contrato, um rendimento assegurado quando a facturação atinge o zero. A natureza dos rendimentos de um TI oscila muito – num mês (ou mesmo num trimestre) pode ser de milhares de euros, noutro pode ser nulo.

Vamos por partes. Sou jornalista. Fiz o meu estágio no Diário de Notícias, em 1993. Em Janeiro de 1997, entrei para os quadros do vespertino A Capital. Fui fazendo o meu percurso na profissão, crescendo nela, até assumir a direcção da revista mensal Os Meus Livros, no final de 2004, até 2012. Ou seja, de 1993 a 2012 fiz, única e exclusivamente, jornalismo, passando pelos diferentes escalões profissionais, de estagiário a director.

Com o fecho definitivo da revista, em 2012, num meio profissional completamente distinto daquele em que me formei, não conseguindo colocação numa redacção, tinha dois caminhos. Evitando render-me a um emprego despersonalizado cuja parca remuneração seria acompanhada por uma óbvia frustração, optei por me aventurar como TI, não apenas como jornalista, mas encontrando nos ensinamentos que uma profissão com essa grandeza transporta fórmulas para conjugar comunicação e cultura. Como diriam alguns gestores, fiz um spin-off da minha actividade.

Nestes oito anos, em paralelo com algumas colaborações na imprensa escrita, criei ciclos com escritores (como faço há anos com a autarquia de Santiago do Cacém, e fiz durante dois anos e meio na Livraria Almedina); entrevistas de vida ao vivo (durante três anos, com a autarquia de Almada); moderei inúmeras conversas em festivais literários (Ovar, Chaves, Sabrosa…) e ciclos diversos (como o Com Todas as Letras, na Sociedade Portuguesa de Autores); desenhei formatos para levar a BD ou a poesia a crianças e jovens (em bibliotecas e escolas); concebi o projecto Literatura Língua Comum, para o Programa Escolhas; levei “25 Músicas para o 25 de Abril” a bibliotecas e escolas; dinamizei formação sobre aspectos menos comerciais da História da Música, integrei colectivos que juntam a palavra dita e a música (em torno de Marquês de Sade, Jorge Luis Borges, Fernando Pessoa ou Miguel Torga).

Destaco, claro, o festival Livros a Oeste, organizado pela Câmara Municipal da Lourinhã desde 2012, para o qual faço a programação (manhãs, tardes e noites) e moderação das mesas. Este ano, seria de 12 a 18 de Maio, por isso, o pico de adrenalina que costuma ser essa semana para toda a equipa será em 2020 substituído pela chegada do pico da pandemia, a crer em algumas previsões.
Olhando para todos estes projectos, por vezes, penso: jornalista? Divulgador? Artista? Programador? Dinamizador? Empreendedor? Uma coisa é certa: TI. Tudo a recibos verdes. E tudo isto impossível de levar a cabo neste momento.

O medo da incerteza a cada mês e a procura constante de novos clientes (new business, como dizem na Economia). O salto sem rede. Um TI não tem qualquer vínculo a quem o contrata e, para poder receber um subsídio de desemprego, tem de ter mais de metade do seu rendimento proveniente de um mesmo cliente. É fácil de entender a raridade da situação (pensem num electricista, num canalizador, no senhor que chamamos para pintar a sala ou arranjar o esquentador).

A primeira frase deste artigo não é inocente; alguns terão reconhecido o início de Moby Dick, a odisseia do Capitão Ahab, navegando enlouquecido atrás da baleia branca que lhe levou a perna. Para que não nos afundemos na voracidade de ultrapassar esta conjuntura, é preciso olhar para os TI com clareza e entender que alguém que durante três meses passa um recibo de 400 euros não sobrevive nos três seguintes com um terço disso, depois de a baleia Covid lhe ter mastigado ambas as pernas. Como diria o grande Mário de Carvalho, era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto…


domingo, 24 de maio de 2020

Clareza x mistério

Achei muito interessante o vídeo "A arte das primeiras impressões", de Chip Kidd! 

O "duelo" entre clareza e mistério de que se fala no vídeo fez-me lembrar de um jogo de tabuleiro incrível, que mistura leitura de imagem e criação de frases curtas. Vocês devem conhecer. É o jogo Dixit (para adultos e crianças a partir de 8 anos, pelo menos 3 participantes). Já há várias edições.


Deixo a descrição das regras  (em inglês) e uma amostra de 3 cartas do jogo com imagens inspiradoras.


Dixit: A storyteller chooses one card of its hand of cards and proposes an accurate theme. Other players use this theme to select a card from their hand which inspires them. All the cards are shuffled and revealed. Players must find the teller’s card. To score points, the theme must be neither too simple or too complex.















sexta-feira, 22 de maio de 2020

Aula: Fraud!

Alunos que frequentaram Teoria viram o vídeo de 18 minutos do Chip Kidd, designer-mor da Knopf. Aqui fica outro vídeo, igualmente interessante, intitulado primeiras impressões. Este só tem legendas em inglês...

Aula: um parecer de leitura

Há muitos tipos de parecer de leitura. São parecidos (tudo na edição é parecido) com o dossiê de imprensa, com a ficha técnica etc. Muitas vezes são só, como o fax de Michael Crichton (cf. Chip Kidd, minuto 6'51''), uma frase seca e grosseira, outras vezes são pormenirozados como um palácio de Luís XIV.

Em baixo, ipsis verbis, um modelo usado em tempos pelos Booktailors, uma empresa de consultadoria editorial hoje existente com outro nome, adaptado ele próprio de outros modelos (aqui, como disse, não se inventa nada). É uma matriz decente adequada a parecedores pouco experientes. Obviamente, depende do livro os requisitos serem todos preenchidos. Aqui trata-se de uma tradução potencial (ou seja, compra de um texto já publicado alhures] mas funciona para um manuscrito original, com adaptações mínimas:

Título
Autor
Género
Nº de páginas
Data de publicação
Editora
Agente
Data de recepção
Data do parecer

Tema [síntese, numa frase, da temática abordada]
Personagens [Enumeração e breve descrição das personagens principais]
Resumo [Sinopse da história, com uma extensão de 15 a 20 linhas]
Sinopse [Breve apresentação comercial da obra, com uma extensão entre 3 a 5 frases]
Autor [Breve nota biográfica]
Observações [Prémios obtidos, público-alvo presença do género no mercado portuguêse outras notas de relevo]
Pontos fortes
Pontos fracos
Dificuldades [problemas de  tradução, revisão, paginação ou de outra ordem que a publicação possa suscitar]

Parecer final [Publicação recomendada? Se sim, indicar editora , linha editorial e possibilidades de título em português]
Nome do Leitor

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Talvez o primeiro livro (físico, em papel)da pandemia

Uma comovente visita a um
mundo em tempo de pandemia

Uma imagem com exterior, banco, sentado, relva
                  Descrição gerada automaticamente 

Uma visita comovente, numa magnífica combinação de texto e imagem, ao mundo de ausência, abandono e silêncio gerado pela covid-19. É esta a proposta do escritor José Jorge Letria e do fotógrafo Inácio Ludgero no livro Um Mundo Aflito – Memória de Um Tempo de Ausência. Uma distopia tornada realidade, inclui mais de 60 fotografias a preto e branco, marcadas pela luz e pelas sombras de um mundo transformado. Prefaciado, com brilhantismo, pelo compositor português Pedro Abrunhosa, Um Mundo Aflito – Memória de Um Tempo de Ausência chega às livrarias no próximo dia 26 de Maio. Uma edição Guerra e Paz com o apoio da Sociedade Portuguesa de Autores, esta é a resposta imediata, directa e emotiva de um escritor, complementada pelas impressionantes imagens de um fotógrafo e pelo testemunho de um músico. José Jorge Letria aponta um caminho, o da resposta dos criadores, o da transformação de uma realidade amarga e de ausência em criação artística e pensamento.
Nas ruas, nos jardins, nos transportes públicos. Em meados de Março, instalou-se, nas nossas cidades, um silêncio ruidoso. O confinamento profiláctico que a covid-19 impôs à sociedade causou efeitos na nossa paisagem física e psicológica.
Efeitos que o escritor e presidente da Sociedade Portuguesa de Autores José Jorge Letria e o fotógrafo Inácio Ludgero mostram, num diálogo entre palavras e imagens, n’ Um Mundo Aflito – Memória de Um Tempo de Ausência O primeiro livro de reflexão e meditação sobre as transformações causadas pela pandemia.
«Esta ausência é uma pátria revoltada que se fecha em casa sempre à espera, que a febre não a vença nem lhe roube a luz mansa que lhe traz a Primavera.»  Uma febre que, segundo as palavras de José Jorge Letria, já é tão antiga quanto «este silêncio que mata como a peste já matava».
Este livro, que irá surpreender e emocionar os leitores, conta com mais de 60 grandes fotografias de Inácio Ludgero, carregadas de vazio, de aflição e da «desimportância de ser homem» introduzida por Pedro Abrunhosa no prefácio.
Uma
                imagem com fotografia, em pé, preto, símbolo Descrição
                gerada automaticamente
O texto do compositor e letrista português é fortíssimo e confronta-nos com a inevitabilidade desta pandemia e com o sentimento de impotência que vivemos. «Afinal (nós humanos), como qualquer besta, morremos.» Acrescenta que o vírus não escolhe as vítimas e, «no mesmo altar, imola racistas e democratas, deuses e fiéis, milionários e refractários» e que «se Deus existir, obviamente foi demitido».
Um livro obrigatório para reflectir e conservar em registo o maior problema sanitário do último século.
Um Mundo Aflito – Memória de Um Tempo de Ausência chega às livrarias de todo o país no próximo dia 26 de Maio, mas o livro pode ser encomendado desde já, através de pré-compra, no site oficial da editora. 

Um Mundo Aflito – Memória de Um Tempo de Ausência
José Jorge Letria
Fotografias: Inácio Ludgero
Não-Ficção / Memórias
112 páginas · 14x21 · 15,00 €
Nas livrarias a 26 de Maio
Guerra e Paz, Editores

Uma imagem com fotografia, homem, mulher
                  Descrição gerada automaticamente


...

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Masterclass: o convidado deixou revistas na portaria

Conforme vimos ontem, o nosso convidado da próxima quarta 27, João Morales, deixou exemplares na portaria da revista de que foi diretor, a Meus Livros. Dá um exemplar a cada um: basta pedirem a caixa do «Prof Zink/alunos de edição» e recolherem uma revista.

Se puderem façam isso, assim podem colocar perguntas e conversar com mais pertinência, conhecer o que ele fazia e tirar mais proveito dessa aula magistral - geralmente são três, este ano teremos pelo menos esta.

E mais um paradoxo-que-afinal-faz-sentido: «Se não sabe por que pergunta?» 
Na verdade, só quem sabe pode perguntar. Quem não sabe nada (nota: qualquer professor sabe isso) não ousa fazer perguntas. Se uma conferência é sobre física quântica (ou dada em finlandês) que perguntas poderia eu fazer? Pois se não percebi nada...
Eu só faço perguntas, mesmo que estúpidas, mesmo que impertinentes, mesmo que falhando o alvo, mesmo que confundindo essencial e acessório, se sei alguma coisa do assunto.

quarta-feira, 20 de maio de 2020

A arte da entrevista, II

Nos anos 80 e 90, fiz algumas entrevistas que tiveram alguma força. E também já terão ouvido falar da revista K (leia-se Kapa). Hoje chegou-me esta imagem abaixo. A capa da revista é também exemplar, pelas boas e más razões: em 2020 estas chamadas serão de gosto discutível, no Portugal dos anos 90 eram 'provocatórias' e 'divertidas', atributos que coloco em pelicas porque são conceitos aplicáveis, não verdade factual. Os anos 90 ainda hoje são entendidos por alguns como um período de euforia, optimismo e diletantismo em Portugal, país tradicionalmente fechado, conservador, moralista, atrasado.


A entrevista pode ser lida neste blogue que ainda a guarda. E de facto marcou a diferença: 
  1. recuperou um artista marginal 'de culto' nos anos 60-70 mas que estava ficando esquecido; 
  2. deu-lhe novo alento 
  3. mostrou-o a novos leitores
  4. foi talvez a primeira entrevista no país em que o entrevistado foi pago (e bem pago)
  5. ocupou umas 30 páginas (falo de cor) da revista. 

Exercício #20 e aula de hoje: a sinopse

O princípio do sumário, do resumo, da sinopse é o mesmo: com poucas palavras, agarrar a essência de um texto. Mas, obviamente, depende da natureza do texto

Qual a principal diferença entre um texto de ficção e um livro técnico?
Responda:

E entre um policial e um livro de poesia?
R:

A resposta é fácil q.b., se pensar um bocado.

Há também uma diferença entre fazer a sinopse para a contracapa (dirigida ao leitor) ou para o jornalista (dirigida ao divulgador). Ou para o designer (dirigida a um co-autor do livro que não leu) ou a um vendedor junto dos livreiros (cúmplice) ou a um livreiro (parceiro).

A natureza da informação varia consoante o destino (capa pública ou nótula privada) e o destinatário.

Exercício: faça uma sinopse para a contracapa de um livro. Ao seu critério. Lembre-se apenas: a sinopse ideal tem 3-linhas. Pode ter mais (a página inteira) mas por vezes menos é mais, ou seja, menos é melhor.

Recordemos as três piadas:

  • «Peço desculpa por a carta ir tão longa, não tive tempo de a fazer mais breve.»
  • «Peço desculpa por ir ler a minha comunicação, não tive tempo de preparar um improviso.»
  • «Eu consigo vencer em duelo qualquer pessoa no mundo.»

Em ambos os casos, o que parece contraditório é afinal lógico.

Sumário da última aula (13/5)

A Renata deu-nos este perfil do João Morales, nosso convidado no dia 27. Se não acederem digam-me.

Referimos Nuno Quintas e Margarida Vale de Gato, um revisor e uma tradutora conceituados.

Comentámos o livro da Amanda aqui no blog. Ajuda termos o formato das páginas, um diagrama visual no qual arrumamos os conteúdos. No caso de um livro infantil, com imagens, ajuda vermos as páginas em pares.


O caso Harry Potter
Uma tradução repartida, com um director de qualidade, porque o sucesso  desses livros criou um novo problema: a simultaneidade da publicação de um original secreto e com elevado controle anti-pirataria. Contratos de sigilo, habitualmente desnecessários, foram assinados, com ameaças de punições draconianas caso um subtradutor os quebrasse. Surgiram também coisas inimagináveis: livrarias abertas especialmente à meia-noite, para os primeiros fãs. Um público infantil e adolescente écapaz de fanatismos menos prováveis da parte de adultos. E crianças que habitualmente se deitavam às nove horas conseguiam fazer pressão sobre os pais para irem à meia-noite, vestiudas de bruxa, a uma livraria, comprar o novo exemplar ao mesmo tempo que em Inglaterra e nos Estados Unidos. 

Prazos finais: estas sessões à quarta prolongam-se pelo menos até 15 de junho - não de forma obrigatória. Mas gostaria de ter notícias das pessoas que andam mais ausentes. Está na altura. 

Uma regra sensatanunca levar sapatos novos numa viagem. Hoje não consegui ter vídeo porque o computador é novo. Ficou resolvido o problema com o que me serviu cinco fiéis anos (a placa gráfica estava a pirar) mas foi criado um novo. 


Reunião/aula de hoje - convite

Amanhã HOJE, como de costume e até pelo menos 17 de junho, há reunião/aula às 18h. É facultativa, mas gostaria que falassem com os colegas que faltam. Dado que a turma tem neste momento «equipas», não vos será difícil.
Dia 27, como confirmado, teremos uma masterclass com João Morales.

Estas são menos aulas do que os textos que vou deixando aqui no blog. Ontem pus «aula» num apenas para o sublinhar melhor. Por escrito, dou informação precisa e respondo com rigor & contenção às vossas dúvidas.
Por favor, façam uma lista de compras. Eu não posso adivinhar (sobretudo não à distância) as vossas dúvidas/interesses.

Aqui fica o convite:

Hi there,

Rui Zink is inviting you to a scheduled Zoom meeting.

Topic: Aula de Técnicas de Edição
Time: May 20, 2020 06:00 PM Lisbon

Join from PC, Mac, Linux, iOS or Android: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/97358540096?pwd=ZllhRTBHSmxNQTdYY3d2L1NoVHRrUT09
    Password: 100108

Or iPhone one-tap:  308804188,97358540096# or 308810988,97358540096#

Or Telephone:
    Dial: +351 308 804 188 (Portugal Toll) or +351 308 810 988 (Portugal Toll)
    Meeting ID: 973 5854 0096
    International numbers available: https://videoconf-colibri.zoom.us/u/aej0RIcnf2


Or a H.323/SIP room system:
    H.323: 162.255.37.11 (US West) or 162.255.36.11 (US East)
    Meeting ID: 973 5854 0096
    Password: 100108

    SIP: 97358540096@zoomcrc.com
    Password: 100108

terça-feira, 19 de maio de 2020

Exercício #19

Insólito. O treinador do Augsburgo, Heiko Herrlich, vai falhar o regresso da Liga alemã de futebol, previsto para este fim de semana, depois de ter quebrado as regras de quarentena, estabelecidas devido à pandemia da covid-19. Heiko Herrlicha saiu do hotel para comprar pasta de dentes. "Cometi um erro ao deixar o hotel", reconheceu Herrlich, que saiu para comprar pasta de dentes e um creme para a pele, violando o estabelecido no protocolo com as autoridades sanitárias para um regresso seguro da competição.
O treinador admitiu que pertence a um "grupo de risco", por ter tido uma doença grave em 2000, e disse que, apesar de ter seguido todas as regras de higiene na sua saída, não estará no treino desta quinta-feira, nem no jogo de sábado.
Não começa bem a aventura do técnico de 48 anos no comando do Augsburgo. Contratado em março, dias antes da suspensão da Bundesliga devido à pandemia, e faria, no sábado, a estreia à frente do Augsburgo, que recebe o Wolfsburgo, em jogo da 26.ª jornada da liga alemã.

A Bundesliga se prepara-se para ser o primeiro grande campeonato a retomar a atividade, mas há clubes que ainda têm dúvidas sobre o regresso aos relvados. Há mesmo emblemas, Como o Borussia Dortmund, onde joga o português Raphael Guerreiro, disse cujo diretor desportivo decidiu libertar de jogador os futebolistas que não o queiram fazer. 
"Se alguém tem dúvidas ou medo olharemos para a situação de forma racional e damos a liberdade de não jogar", referiu o diretor desportivo do Borussia Dortmund, segundo classificado da Liga alemã, a quatro pontos do líder Bayern Munique.

O campeonagto alemão recomeçará no sábado com jogos à porta fechada, 66 dias após a paragem e com um plano rigoroso de prevenção de contágios da covid-19, com o objetivo de terminar a competição no último fim de semana de junho.
A Alemanha registou até esta quinta-feira quase 180 mil casos de pessoas infetadas com o novo coronavírus e cerca de 8000 mortes.

Bárbara Azevedo

segunda-feira, 18 de maio de 2020

AULA: Fact checking, plágio e outros pequenos crimes

A verificação de factos explica-se por si mesma: verificar se os factos contados são fundados. A revista New Yorker sempre se orgulhou dos seus Fact Checkers: assim se constrói uma reputação de seriedade. Há outras formas, como a usada pela CNN e tornada padrão - locutores com «ar honesto» - mas esta, não sendo a mais eficaz, é a mais escrupulosa: evitar fazer afirmações infundadas e verificar datas, nomes, citações, etc. E evitar apropriarmo-nos do produto do suor alheio. 
No Brasil, há a profissão de pesquisador mesmo para programas de entretenimento como novelas televisivas. Uma ficção, mesmo quando por natureza pode fugir aos factos, ganha também em não cometer muitos erros de fundo.
No entanto, é fácil passar factos errados sem que nem mesmo editores e fact-checkers respeitados dêem conta. É hoje o pão nosso de cada dia nas redes sociais, mas também já em jornais de referência. Um caso famoso foi o de Claas Relotius, uma estrela da mais respeitada revista alemã, a Spiegel.
Num artigo ou num trabalho académico o plágio ou a falsificação de provas também não é incomum. E por que haveria de ser? Desde quando uma profissão purifica (por toque mágico) todos os que a praticam?

Não há grandes armas contra o plágio e a falsificação de dados ou outro tipo de distorções e, geralmente, o crime compensa. Até ao dia em que somos apanhados.

Nos Estados Unidos, tinham um problema de excessivas mortes na estrada - e não tinham suficientes patrulhas. Resolveram o assunto aplicando uma regra simples: até pode haver fortes probabilidades de nos safarmos, mas se formos apanhados a pena é aplicada logo e de forma severa.

O plágio académico está em expansão e pode haver até carreiras construídas sobre ele. Mas, quando a pessoa é apanhada, alguma sanção deve receber. Na sua reputação, perdendo pontos, etc.

O lado chato do perder a reputação é que depende de quem fez a asneira. Bem ou mal, a sociedade portuguesa é bastante tolerante com o pecadilho, desde que seja cometido por um dos nossos. A mim custa ver a queda em desgraça de Clara Pinto Correia, por não lhe ter sido perdoado o que a outros mereceu apenas um encolher de ombros. Mas Clara tinha pisado muitos calos, irritado muita gente - e a sua queda foi motivo de júbilo, da parte dos que durante décadas tinham assistido à sua ascensão.

A ferida na reputação tem outro lado incómodo: por vezes fica para sempre ou, pelo menos, durante bastante tempo. Ao contrário de crimes piores - roubo, extorsão ou mesmo assassínio - não tem um termo no tempo. E eu sou contra as condenações sem prazo - sou contra a pena de morte, a real, sobretudo, mas também as simbólicas.

Em relação aos trabalhos, eu gosto da solução americana: uma punição simples, imediata, que desencoraje as contas de merceeiro entre risco e benefício. Com sorte, nem eu nem os meus colegas apanhamos a infracção. Mas, se apanharmos...
Uma resposta que não seja para a vida, apenas seja aplicada de forma firme no momento.

Recentemente, a editora Antígona acusou a Clube do Autor de estar a infringir os seus direitos exclusivos para Portugal, ao avançar já com uma edição de 1984 de George Orwell. Os direitos só se tornam públicos em janeiro 2021. Até aqui tudo bem. O problema é que um investigador, João Pedro George, foi desencantar uma entrevista do editor da Antígona, de há muitos anos, a dizer que fazia edições pirata e e a gabar-se de ser «um rebelde». O pecado aqui é, segundo George, o de hipocrisia.

Nomes estrangeiros - verificar sempre.
Fotos - verificar sempre.
Datas - verificar sempre.
Citações - verificar sempre que possível. Se uma frase está entre aspas, é ipsis verbis. Mas colocarmos uma afirmação alheia por palavras nossas não a torna nossa.

A Wikipédia e a Internet têm a vantagem de ser rápidas. Mas essa mesma conveniência torna-as fontes falíveis e pouco fiáveis, como uma password baseada em aniversários ou nomes dos gatos.

Sempre que possível, cruzar informação. Mas nem isso chega, dado que hoje em dia acontece o mesmo que nos relatos de viagem de há séculos: um erro aparecia confirmado em diferentes volumes. Por vezes, esse mesmo erro era o que denunciava o plágio - mas só quando se descobria que era erro, o que podia levar muito tempo.
Uma das estratégias mais óbvias hoje em dia dessa nova profissão que é a de Fact Maker, fazedor de factos, é o de pôr várias «fontes» a «confirmar» uma notícia falsa.

Por isso, mais do que nunca - mesmo que isso nos impeça de escrevermos reportagens de capa para a Spiegel - é importante ter boas práticas.

Em princípio, o Livro de Estilo cumpria isso. Em Portugal (como ouviremos da boca do João Morales, no dia 27) era por vezes um livro humano e, tanto quanto sei, só o Público editou um, ainda hoje acessível a quem o quiser comprar. Também podem consultar aqui o da Agência Lusa.

No geral, seria sobretudo um modelo de normas de escrita (New Jersey ou Nova Jérsia, etc.) mas acaba sendo muito mais.

Exercício #19 PT-PT

Insólito.: o treinador do Augsburgo, Heiko Herrlicha, vai falhar o regresso da liga alemã de futebol, previsto para este fim de semana, depois de ter quebrado as regras de quarentena, estabelecidas devido à pandemia da covid-19. Heiko Herrlicha saiu do hotel para comprar pasta de dentes. "Cometi um erro ao deixar o hotel", reconheceu Herrlich, que saiu para comprar pasta de dentes e um creme para a pele, violando o estabelecido no protocolo com as pelas autoridades sanitárias para um regresso seguro da  à competição.

O treinador admitiu que pertence a um "grupo de risco", por ter tido uma doença grave em 2000, e disse que, apesar de ter seguido todas as regras de higiene na sua saída, não estará no treino desta quinta-feira, nem no jogo de sábado.

Não começa bem a aventura do técnico de 48 anos no comando do Augsburgo. Contratado em março, dias antes da suspensão da Bundesliga devido à pandemia, e faria, no sábado, a estreia à frente do Augsburgo, que recebe o Wolfsburgo, em jogo da 26.ª jornada da liga alemã.

A Bundesliga se prepara-se para ser o primeiro grande campeonato a retomar a atividade, mas há clubes que ainda têm dúvidas sobre o regresso aos relvados. Há mesmo emblemas É o caso do
, como o Borussia Dortmund, onde joga o português Raphael Guerreiro, cujo diretor desportivo disse decidiu libertar de jogador jogar os futebolistas que não o queiram fazer. "Se alguém tem dúvidas ou medo olharemos para a situação de forma racional e damos a liberdade de não jogar"., referiu o diretor desportivo do Borussia Dortmund, segundo classificado da liga alemã, a quatro pontos do líder Bayern Munique.

O campeonagto alemão recomeçará no sábado, com jogos à porta fechada, 66 dias após a paragem, e com um plano rigoroso de prevenção de contágios dao covid-19 COVID-19, com o objetivo de terminar a competição no último fim de semana de junho.

A Alemanha registou até esta quinta-feira quase 180 mil casos de pessoas infetadas com o novo coronavírus e cerca de 8000 mortes.

Ana Lopes

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Revisão para PT-BR: Exercício #19

(Insólito. O) Insólito: o treinador do Augsburgo vai falhar o regresso da liga alemã de futebol, previsto para este fim de semana, depois de ter quebrado as regras de quarentena estabelecidas devido à pandemia (da) do (covid-19) COVID-19. (Heiko Herrlicha saiu do hotel para comprar pasta de dentes.) "Cometi um erro ao deixar o hotel", reconheceu Herrlich, que saiu para comprar pasta de dentes e um creme para a pele, violando o estabelecido no protocolo com as pelas autoridades sanitárias para um regresso seguro da à competição.
O treinador admitiu que pertence a um (")grupo de risco("), por ter tido uma doença grave em 2000, e disse que, apesar de ter seguido todas as regras de higiene na sua saída, não estará no treino desta quinta-feira, nem no jogo de sábado.
Não começa bem a aventura do técnico de 48 anos no comando do Augsburgo. Contratado em março, dias antes da suspensão da Bundesliga devido à pandemia, (e) faria, no sábado, a estreia à frente do Augsburgo, que recebe o Wolfsburgo(,) em jogo da 26.ª jornada da liga alemã.
A Bundesliga se prepara para ser o primeiro grande campeonato a retomar a atividade, mas há clubes que ainda têm dúvidas sobre o regresso aos (relvados) gramados. ( Há mesmo emblemas, como o) É o caso do Borussia Dortmund, onde joga o português Raphael Guerreiro, cujo diretor esportivo disse (decidiu) ter decidido libertar de (jogador) jogar os futebolistas que não o queiram fazer. "Se alguém tem dúvidas ou medo, olharemos para a situação de forma racional e damos a liberdade de não jogar", referiu o diretor. (desportivo do), Borussia Dortmund(,) é o segundo classificado da liga alemã, a quatro pontos do líder Bayern Munique.
O campeonagto campeonato alemão recomeçará no sábado, com jogos à porta fechada, 66 dias após a paragem e com um plano rigoroso de prevenção de contágios da covid-19 do COVID-19, com o objetivo de terminar a competição no último fim de semana de junho.
A Alemanha registrou, até esta quinta-feira, quase 180 mil casos de pessoas infectadas com o novo coronavírus, e cerca de 8000 mortes.

Amanda Vital

Exercício #19 - apenas revisão (deve levar-vos três a cinco minutos - podem até cronometrar)

Este exercício é simples: no DN de hoje saiu esta notícia, indevidamente tratada. Não proponho reescrita, mas revisão. Ou melhor, pensando bem, proponho: para os portugueses, revisão adequada a Portugal, para os brasileiros revisão adequada ao Brasil. Penso já ter dito: todos temos competência para ler textos com a norma alheia, mas duvido que tenhamos para aplicar
Insólito. O treinador do Augsburgo vai falhar o regresso da liga alemã de futebol, previsto para este fim de semana, depois de ter quebrado as regras de quarentena, estabelecidas devido à pandemia da covid-19. Heiko Herrlicha saiu do hotel para comprar pasta de dentes. "Cometi um erro ao deixar o hotel", reconheceu Herrlich, que saiu para comprar pasta de dentes e um creme para a pele, violando o estabelecido no protocolo com as autoridades sanitárias para um regresso seguro da competição.
O treinador admitiu que pertence a um "grupo de risco", por ter tido uma doença grave em 2000, e disse que, apesar de ter seguido todas as regras de higiene na sua saída, não estará no treino desta quinta-feira, nem no jogo de sábado.
Não começa bem a aventura do técnico de 48 anos no comando do Augsburgo. Contratado em março, dias antes da suspensão da Bundesliga devido à pandemia, e faria no sábado a estreia à frente do Augsburgo, que recebe o Wolfsburgo, em jogo da 26.ª jornada da liga alemã.

A Bundesliga se prepara para ser o primeiro grande campeonato a retomar a atividade, mas há clube que ainda têm dúvidas sobre o regresso aos relvados. Há mesmo emblemas, como o Borussia Dortmund, onde joga o português Raphael Guerreiro, disse decidiu libertar de jogador os futebolistas que não o queiram fazer. "Se alguém tem dúvidas ou medo olharemos para a situação de forma racional e damos a liberdade de não jogar", referiu o diretor desportivo do Borussia Dortmund, segundo classificado da liga alemã, a quatro pontos do líder Bayern Munique.
O campeonagto alemão recomeçará no sábado com jogos à porta fechada, 66 dias após a paragem e com um plano rigoroso de prevenção de contágios da covid-19, com o objetivo de terminar a competição no último fim de semana de junho.

A Alemanha registou até esta quinta-feira quase 180 mil casos de pessoas infetadas com o novo coronavírus e cerca de 8000 mortes.

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Adequação/inadequação

Um editor é uma alcoviteira a matchmaker, uma casamenteira. Alguém cuja profissão é marcar encontros, prestar um date service. Há um texto que pprocura um leitor, e há um leitor certo para aquele texto. Um livro de poesia procura poucos 'leitores certos', um romance de aeroporto procura um milhão de leitores.

Agora dá-se o caso de editores desastrosos que falham sempre no casamento. As capas erradas, as tiragens erradas, a paginação errada, a tradução errada, a campanha errada...

Um exemplo cómico e fácil é o dos amadores que, no Youtube, colocam um diaporama de imagens bonitas a acompanhar uma canção. Como é a título gracioso não critiquemos muito, mas são um bom meio de percebermos como a inadequação pode ser desastrosa.

Por outro lado, haverá quem goste...

Este caso aqui - de uma canção de Chico Buarque - é engraçado.



A canção é sobre a aceitação da diferença, a velha história de sacrifício, oportunismo e ingratidão, bem como a diferença entre moralismo hipócrita e integridade individual.Faz parte da Ópera do Bom Malandro, uma peça de Chico a partir da Ópera dos Três Vinténs de Brecht e Kurt Weil.

Infelizmente, o editor do vídeo não achou assim. Mas, felizmente para nós, ajuda-nos a compreender o princípio da adequação.

Reunião de hoje quarta 13/5

Segue o link para a reunião/aula de hoje. E, para quem quiser, a gravação da aula de 6 de Maio aqui. A palavra-passe é 8N*2Uq&z. 

Já que estamos numa época de analogias de guerra, talvez possamos usar uma para o trabalho de edição de um texto: ler como uma batalha água, terra, ar.
O combate aéreo é a visão geral, panorâmica. O texto faz sentido? Está equilibrado/desequilibrado? Sentimos que a ordem está fluída, harmoniosa (o que quer que entendamos por harmoniosa)?
Por terra temos uma noção do texto em pormenor. Não vemos a floresta, mas vemos as árvores. Encontramos escolhos, dificuldades, à medida que avançamos no terreno. Descobrimos buracos na estrada onde, no mapa, não havia nada.
Por mar é, bem, como o Freud que aprendemos na escola. Todo o texto tem subtexto - até mesmo as peças jornalísticas. Num jornal, onde se coloca a peça/notícia tem muita influência: página par ou ímpar? Em cima ou em baixo? E ao lado de que outras notícias? Num texto estético, não se trata tanto de perceber o que está por baixo como de intuir se há ou não algo em baixo. E, ainda que não entendamos, qual a orientação geral.

Hi there,

Rui Zink is inviting you to a scheduled Zoom meeting.

Topic: My Meeting
Time: May 13, 2020 06:00 PM Lisbon

Join from PC, Mac, Linux, iOS or Android: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/94733670919?pwd=Uk51ZTdiYWVQTWJrYUF6RHVERkVEdz09
    Password: 183676

Or iPhone one-tap:  308810988,94733670919# or 211202618,94733670919#

Or Telephone:
    Dial: +351 308 810 988 (Portugal Toll) or +351 211 202 618 (Portugal Toll)
    Meeting ID: 947 3367 0919
    International numbers available: https://videoconf-colibri.zoom.us/u/acBrtV7dq8


Or a H.323/SIP room system:
    H.323: 162.255.37.11 (US West) or 162.255.36.11 (US East)
    Meeting ID: 947 3367 0919
    Password: 183676

    SIP: 94733670919@zoomcrc.com
    Password: 183676

domingo, 10 de maio de 2020

Uma entrevista a uma pessoa muito importante

E ontem a Margarida lá entrevistou um escritor português com fama tipo C. Estabelecemos as regras antes: ali, como num palco, tínhamos de estabelecer o tratamento. No Governo Sombra, o moderador Carlos Vaz Marques trata os colegas por «você» (em Portugal, sinal de distância) e eu acho que não havia necessidade. São amigos, ainda são relativamente jovens. o «tu» seria adequadíssimo. Mas é a opção deles.
No teatro amador, quando pessoas com diferentes funções na empresa representam o Rei Lear, não dizem «Para onde vai, sra. diretora Cordélia?» caso quem interpreta esta seja na empresa a diretora...
Aqui, a Margarida e eu estipulámos o «você de respeito à portuguesa» - que consiste em evitar dizer você mas usar a 3ª pessoa. Sem «professor», obviamente. Não era uma entrevista entre aluna e professor, mas entre entrevistadora e convidado.

Gsoto muito de falar de técnica (e a aula tem isso no nome) mas também gosto de falar dos limites da técnica. Dominar a técnica é importante para depois esquecer a técnica. Ontem tive um momento feliz, acho, quando lembrei a espargata do Karate: treinar um movimento contranatura, até o tornar natura.    

E não é só um autor mas também um editor que, através da prática, torna intuição aquilo que era titubeação. Aquele momento em que quem vai ao mercado comprar peixe sabe num instante se este é fresco ou não, enquanto um debutante anda para ali a cheirar, a olhar, a perder tempo.

Mas, no início de carreira, perder tempo a aprender é importante.

A técnica tem outro problema: há coisas que são importantes aprender mas que eu não consigo aprender. Esqueço. Vou sexta-feira próxima fazer um novo minicurso para preencher com ajuda de um computador uma declaração de impostos nos Estados Unidos, porque esqueci tudo o que «aprendi» há dois meses num curso online semelhante. E tomei notas, mas não consigo decifrá-las: ou seja, não foram boas notas, porque as notas são como a capa, a contracapa, o índice, o press-release de um livro, ou um sumário: devem ter os elementos suficientes para puxar tudo de volta.

Como uma jaula para apanhar lagosta. Basta uma corda para a puxar, mas tem de ser uma boa corda, que aguente o peso.

Ou ver um táxi à porta da faculdade e mandá-lo parar. Há duas formas que são más: erguer os dois braços não é preciso, o taxista ainda pensa que fomos assaltados e acelera; não erguer braço algum faz com que ele não saiba que queríamos um táxi.

Sempre o princípio da economia: não gastar mais energia do que a necessária. Fazer com que aquilo que nos é difícil se torne tão fácil como respirar. Mas isso leva tempo, exige trabalho e paixão. O exemplo neste caso não vem de cima mas de baixo: não é fácil para uma criança aprender a andar de pé, mas ela quer fazer como os crescidos e, a cada queda, insiste. Leva meses. E, depois, de se aguentar de pé, leva anos a controlar esse novo superpoder.

Eu parti a cabeça aos cinco anos porque estava a correr e perdi o controle das minhas pernas. Lembro-me perfeitamente de ver um banco de jardim à frente e dizer para mim mesmo: «Ups! Não vou conseguir deixar de bater com a cabeça ali.»
Felizmente estava num quartel de bombeiros, a ver o meu irmão mais velho aprender a nadar, e não há melhor lugar para ter um acidente. Foi a primeira de muitas vezes que fui levado ao hospital numa ambulância. Três anos depois voltaria a partir a cabeça, mas aí atirada por um colega e amiguiminigo da rua - o Janeca - que já morreu porque se meteu na droga e nunca conseguiu sair.

Então, há técnicas que eu sei funcionam, mas que eu não posso aplicar, porque não o sei fazer. Ou porque não me interessam, não me apaixonam.

Ontem, depois da entrevista, a Margarida e eu falámos um bocado. Concluímos que foi um pouco longo.

Nos concertos em estádios, o público pede sempre «só mais uma» no final do concerto, se gostou. Mas há músicos que ficam tão lisonjeados e decidem, generosos, dar quase mais meio concerto. E as pessoas começam a fartar-se.

Há poucos anos, fui ver a versão curta de Fátima, um filme português de João Canijo com atrizes de quem gosto muito: um road movie com onze peregrinas a caminho de Fátima, por estes mesmos dias. Acontece que, na dificuldade de cortar cenas de que «gostava muito» (cada uma seria como um filho), a partir da hora e meia o filme exigia cada vez mais de quem estava na sala: para o fim ficaram só os cinéfilos. E um filme que eu adoraria ter recomendado a toda a gente virou, a cada 10 minutos, cada vez mais só para um grupinho.

Isto acontece muito com o cinema português. A dificuldade em deixar coisas boas de fora, porque já são a mais. Mas tem de ser. Marie Kondo, ajude os cineastas portugueses!

Há uma expressão comercial americana: «Já vendeste o carro. Não o compres de volta.» 

Temos de saber parar. Mas, claro, falar é fácil. Eu também sei como se resolvia a pandemia. Era assim: resolvia-se. E pronto!

A Margarida e eu tínhamos acordado que à volta de uma hora era bom. Foram quase duas horas, porque ambos somos prolixos.

Um daqueles casos em que eu conheço a técnica, posso dar aulas sobre ela, mas não a sei aplicar. Falho sempre, miseravelmente!

A Margarida tinha 19 perguntas preparadas. É bom ter um plano - para o caso de o entrevistador ser taciturno e sucinto. Mas o ideal é a dada altura (como numa história) o plano ser esquecido. Afinal serem respondidas só oito. Ou ir por outro caminho completamente diferente.

Quanto ao famigerado «trabalho final», o caso da Margarida é exemplar e pode ajudar-vos: por mim, aceito/aceitaria este projeto Covidarte como trabalho final.

O tom da Margarida foi (mas espero a vossa opinião, assistir à entrevista era para nota) certo. Pode e deve melhorar, mas é natural q.b., e ela tem - com o tempo - de encontrar dentro da panóplia de técnicas e conselhos, o material que pode utilizar, que se adequa a ela, e o que infelizmente nem por isso.

O grande entrevistador encontra a sua forma pessoal. Errata: encontra (com muito trabalho) a sua forma pessoal.

Uns são afáveis mas depois atacam de repente (tipo seleção brasileira quando jogava bem, no tempo do Sócrates e do Zico e do Falcão), outros são afáveis do princípio ao fim, outros são secos e distantes, e também está bem, outros conversadores (na rádio é uma vantagem), até há uma excelente entrevistadora que gagueja e fez imensa rádio e televisão: a Maria João Seixas.
Há entrevistadores que acalmam e outros que enervam - até há entrevistadores que torturam (um interrogatório, se virmos bem, é uma entrevista, só que um bocadinho hard-core).

Gosto muito de um provérbio português que elogia a forma: Pelo andar da carruagem, vê-se logo quem lá vai dentro.

Termos uma voz distinta, num mundo com tantas vozes, é um privilégio.

sábado, 9 de maio de 2020

Conto Infantil: "Sofia Leu Sozinha"


CONTO:

SOFIA LEU SOZINHA

p. 1

Era uma vez uma menina chamada Sofia que gostava muito de fazer aniversário: esperava pela sua festa o ano inteiro. Sempre era um dia de grande alegria o aniversário de Sofia!

(desenho de Sofia vibrando, feliz, de frente para um calendário com uma data marcada em círculo: um balãozinho de fala “a-ni-ver-sá-rio de So-fi-a, com os dedinhos à frente dos dizeres)

p. 2

A menina adorava receber os amigos e os primos para brincar, cantar os parabéns e dividir o bolo de chocolate que sua avó fazia especialmente para a sua festa.

(desenho das crianças ao redor de uma mesa com bolo de aniversário; a menina Sofia no meio)

p. 3

Mas a parte favorita de Sofia era ganhar os presentes. Ela adorava ficar olhando para os pacotes que sua mãe deixava em cima da cama. Seus olhos brilhavam!

(desenho da cabeça de Sofia olhando pela brecha da porta, com estrelas no lugar dos olhos)

p. 4

Numa noite, depois de comemorar mais um aniversário, a mãe de Sofia deixou a menina abrir os presentes sozinha. Sofia se divertia com cada surpresa que descobria! Brinquedos, roupas, doces...

(desenho de Sofia em cima da cama abrindo presentes; alguns abertos, outros não)


p. 5

Já depois de alguns desembrulhos, a menina abriu um presente diferente dos que costumava ganhar de aniversário: era um LIVRO! Como os que sua mãe lia para ela antes de dormir!

(desenho de Sofia, surpresa, segurando um livro – a palavra “LIVRO”, logo acima, com letras grandes)


p. 6

Sofia foi até o quarto dos pais e exclamou: “Mamãe, este presente não fica com você?”.
Não, Sofia: esse livro é todo seu! É para você ler sozinha!”, respondeu a mãe da menina.

(desenho de Sofia na porta do quarto de sua mãe; a mãe à sua frente, sorrindo)

p. 7

Não é você quem sempre lê para mim toda noite?”, indagou Sofia.
Sim, querida: mas agora que você já sabe ler, também pode ler sozinha!”

(desenho das duas andando ao longo do corredor; Sofia com o livro nos braços, olhando a mãe)


p. 8

Mas mamãe, eu tenho medo de ler todas essas palavras sozinha!”
Minha menina, não precisa ter medo: você nunca vai saber como é se não tentar!”

(desenho da cama do quarto de Sofia com a mãe passando a mão na cabeça da filha; Sofia triste)


p. 9

Quando você abrir esse livro sozinho, um mundo inteiro vai surgir à sua frente. Cada frase do livro é feita especialmente para quem o lê!”, continuou a mãe de Sofia.
Ah, é como o bolo de chocolate da vovó!”, a menina completou.

(desenho de Sofia já bem mais feliz, ao lado da mãe: a mãe e a filha seguram o livro)

p. 10

Valente e corajosa, Sofia deitou-se na cama e começou a ler a história devagarinho, ainda com medo daquelas palavras todas... depois foi pegando o jeito... depois acostumou-se, gostou... e foi lendo... e lendo...

(desenho da mãe de Sofia espreitando pela brecha da porta; a menina deitada de bruços, folheando o livro)

p. 11

...até que terminou o livro inteiro em uma noite: e amou! Ela até se perguntou por que é que estava com tanto medo daquilo!

(Sofia feliz, já deitada de frente; o livro de costas, fechado, em cima de seu tronco)

p. 12

E foi assim, com paciência, que Sofia leu sozinha o seu primeiro livro – o primeiro de muitos! E ela sempre esperava pelo próximo que ia ganhar nos seus aniversários. Sempre era um dia de grande alegria quando Sofia lia!

(desenho de Sofia feliz, lendo, atrás de pilhas de livros)


Amanda Vital


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Aula 2 - visita de estudo: um lançamento

 Obrigado por terem vindo ao lançamento com entusiasmo. Terão reparado que havia uma sala em baixo, depois fiquei lá a conversar com um par ...