Ao ler online a crónica do Miguel Esteves Cardoso (Independente, revista Kapa, o cronista mais popular nos anos 80, hoje uma lenda) no Público ele falou com entusiasmo do trailer do documentário abaixo. E fui vê-lo e, agora, devolvê-lo, ou passá-lo para a vossa mão.
O passa-palavra continua a ser uma das formas mais eficientes de transmitir informação. Neste caso, foi uma figura com voz pública. O sucesso nunca se sabe, mas alguém lê e alguém vai ver. Há umas semanas li que ia sair nos Estados Unidos a autobiografia do Woody Allen e, não podendo ir a Nova Iorque por causa da quarentena, peguei no meu telemóvel e descarreguei o livro, que li num punhado de noites.
Cheguei a Cortázar e Borges porque o meu amigo Miguel foi visitar uma amiga a Barcelona, e veio de lá (circa 1978) com alguns livros em espanhol que depois circularam, quais samizdat, pelo nosso círculo.
A Italo Calvino cheguei porque li uma nota de cinco linhas no jornal. Tinha acabado de ser publicado em França o novo livro daquele que era «considerado um mago da literatura». Na altura, os jornais portugueses davam notícias do mercado livreiro de França, como hoje fazem do anglo-saxónico. Eu fiquei intrigado e, em Paris, fui à FNAC perto do Centro Pompidou à procura. Encontrei-o mas custava 125 francos, uma fortuna. Li-o à mesma, e em poucos meses tinha devorado tudo o que havia à mão de Calvino. Foi como descobrir um novo planeta.
A outros livros cheguei porque o meu tio os tinha à mão. Assim descobri Saul Bellow, John Updike, Truman Capote (mestre estilista), e o entretenimento supremo dos policiais de Robert B. Parker e das coboiadas do virtuoso Elmore Leonard.
Lisboa ainda hoje tem dezenas de alfarrabistas, mas muitos já fecharam. Ainda assim, é todo um mundo paralelo, um labirinto subterrâneo, por assim dizer.
quinta-feira, 30 de abril de 2020
quarta-feira, 29 de abril de 2020
Balanço da «aula» de 29/4
Planos para Maio:
Neste período de quarentena, a nossa prioridade era manter a calma; agora pouco a pouco podemos tentar (de modo não-presencial) retomar o ritmo e chegar a bom porto.
Da estrutura, uma vez mais:
Quando dizemos de um texto que tem três partes, é apenas o princípio: na verdade o texto tem duas pontas - o 1º e o 3ª ato e, pelo meio, um «segundo ato» que na verdade pode ser dividido em dois ou em três ou em...
No circo, o equilibrista só está a atuar quando atravessa de um lado a outro.
Poema do peixe, a partir do exercício #17: na verdade, não é preciso escolher entre as duas opções. Porque, como disse a Margarida, há ainda a questão do isco, mas também porque depende de a quem queremos chamar a atenção.
E convém não esquecer o essencial: estas metáforas e parábolas são boas se nos iluminam o caminho e ajudam a caminhar; são más se nos afunilam o caminho e impedem de avançar.
A técnica permite-nos fazer um trabalho suficiente; o talento permite-nos ir além.
Os livros não são todos iguais, e as sub-indústrias também não. Na indústria da poesia nem sempre é do leitor anónimo na livraria que queremos captar a atenção, mas do poeta poderoso, do crítico influente, dos mandantes no circuito do prestígio.
O melhor livro que li sobre este assunto foi Gasolina, do catalão Quim Monzó.
A ler também dois bons livros: de Milan Kundera, A Arte do Romance; de David Mamet, On directing.
Muito bom e simples, este poema de Adília Lopes
And now for something completely different:
Uma conversa (vi agora mesmo) entre uma professora americana de origem polaca e amigos que, por acaso, são profissionais do ramo da comunicação/edição:
Neste período de quarentena, a nossa prioridade era manter a calma; agora pouco a pouco podemos tentar (de modo não-presencial) retomar o ritmo e chegar a bom porto.
Da estrutura, uma vez mais:
Quando dizemos de um texto que tem três partes, é apenas o princípio: na verdade o texto tem duas pontas - o 1º e o 3ª ato e, pelo meio, um «segundo ato» que na verdade pode ser dividido em dois ou em três ou em...
No circo, o equilibrista só está a atuar quando atravessa de um lado a outro.
Poema do peixe, a partir do exercício #17: na verdade, não é preciso escolher entre as duas opções. Porque, como disse a Margarida, há ainda a questão do isco, mas também porque depende de a quem queremos chamar a atenção.
E convém não esquecer o essencial: estas metáforas e parábolas são boas se nos iluminam o caminho e ajudam a caminhar; são más se nos afunilam o caminho e impedem de avançar.
A técnica permite-nos fazer um trabalho suficiente; o talento permite-nos ir além.
Os livros não são todos iguais, e as sub-indústrias também não. Na indústria da poesia nem sempre é do leitor anónimo na livraria que queremos captar a atenção, mas do poeta poderoso, do crítico influente, dos mandantes no circuito do prestígio.
O melhor livro que li sobre este assunto foi Gasolina, do catalão Quim Monzó.
A ler também dois bons livros: de Milan Kundera, A Arte do Romance; de David Mamet, On directing.
Muito bom e simples, este poema de Adília Lopes
Arte Poética
Escrever um poema
é como apanhar um peixe
com as mãos
nunca pesquei assim um peixe
mas posso falar assim
sei que nem tudo o que vem às mãos
é peixe
o peixe debate-se
tenta escapar-se
escapa-se
eu persisto
luto corpo a corpo
com o peixe
ou morremos os dois
ou nos salvamos os dois
tenho de estar atenta
tenho medo de não chegar ao fim
é uma questão de vida ou de morte
quando chego ao fim
descubro que precisei de apanhar o peixe
para me livrar do peixe
livro-me do peixe com o alívio
que não sei dizer
Adília Lopes, in 'Um Jogo Bastante Perigoso'
Uma conversa (vi agora mesmo) entre uma professora americana de origem polaca e amigos que, por acaso, são profissionais do ramo da comunicação/edição:
Ficha técnica de livro, elogio da vírgula e exercício #18
A única coisa em comum que têm estas três imagens é que as reencontrei graças à s arrumações da pandemia.
1. Este é um modelo de documento técnico de paginação:
2. Um elogio cómico e comovente dessa pequenina coisa, a vírgula:
3. Um exercício simples, um pouco mais complicado que pôr legendas num cartoon. Aqui, como podemos ver, é uma página tirada aleatoriamente de uma BD. Apenas apaguei o conteúdo dos balões. É um exercício precioso que podemos fazer, como jogo (ou seja, sem esforço) a dois e desenvolve as nossas capacidades de adequação, adaptação, versatilidade.
No fundo, qualidades essenciais a quem trabalha no projecto colectivo chamado livro.
Uma vez, Woody Allen foi convidado para fazer as legendas de um filme de luta numa língua que ele desconhecia. O seu trabalho foi inventar novas (e disparatadas) legendas. What's up, Tiger Lily, de 1966. Foi um sucesso.
Uma resposta ao Exercício #17
Exercício
#17
Como
captar a atenção do leitor?
Um
dia desses, um contato do Facebook me incluiu – sem autorização –
em um grupo de marketing para autores. O grupo divulgava e punha em
debate diversas estratégias de venda para autores. Como isso conflui
bastante com o desafio proposto pelo professor, deixo, aqui, uma
lista de prós e contras (ou prós e problemas) que consegui detectar passando uma tarde
naquele grupo:
PRÓS:
Os
autores que se interessam em vender seus livros (e os marketeiros
desses autores, que não são editores, se apresentam como agentes
literários) têm um monte de cartas na mão e não têm medo de
usá-las todas. É um risco se o autor escreve mal, se faz uma
literatura lugar-comum, algo nada original e nada que desperte uma
identificação por parte do leitor; mas quando escreve bem, funciona
– vai desde a atenção a uma boa capa (foram discutidos aspectos
como as cores da capa e algo como “psicologia das cores”, que não
percebi muito bem, mas se funciona, quem sou eu para questionar;
questões como convidar desenhistas, ilustradores e designers
conhecidos para vender bem o seu peixe desde a embalagem; títulos
intrigantes, etc), passando por um bom cartão de visitas, que é o próprio escritor (propostas
de remodelação de todos os seus perfis das redes sociais para algo
mesmo bastante voltado para uma apresentação enquanto escritor do
livro X; a atenção a não fazer nem comentar coisas muito belicosas
nas redes sociais, mantendo uma atitude mais sóbria e contida - alguns propuseram, até mesmo, a criação de uma página do Face específica para o livro), por bons contatos no meio literário (as dicas, algumas vezes, incentivavam os autores a estabelecerem contatos e "amizades" construídas artificialmente, apenas com o intuito de vender o livro - só imaginei o autor rondando escritores, acompanhando suas postagens, fingindo estar genuinamente interessado - e metendo likes em tudo; esses contatos rondavam também os contatos de revistas, jornais e periódicos literários) e boas abordagens (abordar "possíveis leitores" com certa frequência para potencializar as vendas).
PROBLEMAS:
O problema maior nesse grupo foi: onde está a literatura? O que é dito do lado de dentro dos livros? Não acho que seja uma coisa de outro mundo passar por esse território do marketing (todo autor quer ser lido, nenhum autor quer um saldo de zero exemplares vendidos, ou ter o livro impresso com uma capa horrível, por exemplo), mas pouco ou nada foi falado a respeito de crítica literária, a respeito do que esses autores estão escrevendo hoje, e isso é importante. Me pergunto se é preciso tanto esforço assim (algum, sim, é preciso, mas tanto? Basicamente, querem que o autor seja um divulgador da própria obra 24h/dia) se um autor simplesmente escreva bem. Já me aconteceu de receber a mesma mensagem colada de um autor desesperado para vender o seu livro 3 vezes num só dia. Um outro detalhe que observei: autores querendo vender seus livros a pessoas que nunca leram nada deles. Não há amostras, não há pelo menos uma resenha de um escritor amigo que seja competente para apresentar o livro? Como é preciso angariar amigos escritores para conseguir ser visto? Não exista alguém que simplesmente se identifique com sua literatura e queira escrever algo sobre - por quê? Por que tanto protecionismo com o que escreve: será que é mesmo bom? Não sei, a coisa me pareceu um espetáculo armado. Acredito que existam maneiras mais honestas de ser lido e ir aprendendo com os deslizes se a coisa vai mal, ao invés de tanta abordagem inbox e tanta "forçação" de barra. A coisa já facilita demais se você não for um babão ou "o chato do livro de novo" - que, geralmente, é um desconhecido nosso, que surge de repente com esse assunto monotemático. O esforço é muito bonito e pode trazer bons frutos, mas quando começa a roçar o desespero, também pode afastar as pessoas e os leitores. Acho que é preciso se apresentar como escritor antes de apresentar um livro e não ter medo das amostras: angariar leitores antes da obra e prever a recepção já poupa bastante do esforço.
Como captar a atenção, parte 2
As metáforas e analogias são muitas. Eis uma: imaginemos que é como pescar.
Responda já, rápido, para si mesmo/a: qual das opções escolhe: um só anzol ou vários?
Pondere na resposta que deu. A resposta certa (se a Mônica e a Ana Martins tiverem a bondade de me lembrar) será dada hoje.
- Lançarmos vários anzóis é melhor em princípio, certo?
- Ou talvez seja melhor lançar um só, bem forte.
Responda já, rápido, para si mesmo/a: qual das opções escolhe: um só anzol ou vários?
Pondere na resposta que deu. A resposta certa (se a Mônica e a Ana Martins tiverem a bondade de me lembrar) será dada hoje.
Reunião de hoje, 4ª 29, 18h
Rui Zink está convidando você para uma reunião Zoom agendada.
Tópico: Técnicas de Edição
Hora: 29 abr 2020 06:00 PM Lisboa
Entrar na reunião Zoom
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/96449708678?pwd=SDBUbTBjNkQrVFZGQnBrbkhmUi9SUT09
ID da reunião: 964 4970 8678
Senha: 020822
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Discar pelo seu local
+351 308 804 188 Portugal
+351 308 810 988 Portugal
+351 211 202 618 Portugal
ID da reunião: 964 4970 8678
Localizar seu número local: https://videoconf-colibri.zoom.us/u/ab6lQ486Ty
Ingresso pelo SIP
96449708678@zoomcrc.com
Ingresso por H.323
162.255.37.11 (US West)
162.255.36.11 (US East)
115.114.131.7 (India Mumbai)
115.114.115.7 (India Hyderabad)
213.19.144.110 (EMEA)
103.122.166.55 (Australia)
209.9.211.110 (Hong Kong
China)
64.211.144.160 (Brazil)
69.174.57.160 (Canada)
207.226.132.110 (Japan)
Senha: 020822
ID da reunião: 964 4970 8678
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Hora: 29 abr 2020 06:00 PM Lisboa
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segunda-feira, 27 de abril de 2020
Exercício #17: como captar a atenção?
Há dias participei num debate online sobre a vida do livro, onde estavam um editor que estimo mas do qual habitualmente (e amigavelmente) discordo, Manuel S. Fonseca, da Guerra e Paz, e a co-organizadora de um dos mais importantes e longevos festivais portugueses: o Fantasporto, dedicado ao cinema fantástico, Beatriz Pacheco Pereira. (Sim, irmã do tribuno, o mundo é pequeno.)
Também entrou mais tarde Paulo Rebelo Gonçalves, responsável pela comunicação do grupo Porto Editora (um dos dois mais poderosos do mercado, o outro é a Leya).
A dada altura Beatriz queixava-se da dificuldade em encontrar um editor, e da colocação dos seus livros, e atribuía culpas aos editores. Por seu lado, Manuel S. Fonseca exigia uma mudança de paradigma nos apoios (a edição é uma das muitas vítimas do Covid), enquanto Paulo recusava qualquer comissão do Livro Bom - apesar de todos reconhecerem a importância do Plano Nacional de Leitura. (Eu por acaso concordo com a importância do Plano mas acho que a falta de recursos - desde logo, de gente para ler - o diminuem.)
As queixas interessam-me, porque é - tanto de autores como de editores - uma queixa que desresponsabiliza o próprio e responsabiliza outros. Presume que «eu» estou a fazer bem o meu trabalho, «os outros» é que não.
Ora, hoje em dia, com tanto livro publicado - muitos serão maus ou muito mais, mas bastantes serão bons ou muito bons - a dificuldade na edição passou da manufactura para a promoção. Isso é visível, infelizmente, no foco de investimento, por vezes, com um descurar o texto e do trabalho sobre o texto.
Muita gente não percebe uma coisa: aquilo que tomam por lucro tem de pagar o trabalho de muita gente. Nos 40% que o editor realmente receberá do livro estarão incluídas muitas despesas: de porte, paginação, design, revisão, edição, impressão, negociação de contrato, exemplares para promoção, telefonemas, mails, água, luz etc.
A verdade é que se publicam mais livros do que há leitores - para haver uma quantidade de leitores-compradores que pelo menos assegurem o retorno do investimento, mesmo com lucro zero.
E outra verdade é também esta: desde quando um autor - só por ser autor - tem direito decretado por uma qualquer Lei Divina a ter leitores?
E uma terceira verdade: muitos autores escrevem livros que, pela forma ou pelo conteúdo, nunca leriam se fossem escritos por outros. Reclamamos uma atenção da parte dos outros que não damos nem daríamos.
Um exemplo caricatural é a poesia: tanto poeta que pede atenção, mas acha os contemporâneos todos «uns chatos».
Com um editor é o mesmo: nem sempre pondera bem o eventual interesse que o livro que publica terá.
Dito isto, e já é um intróito longo, fica o desafio #17 (sempre a fazer apenas como jogo): como captar a atenção do leitor»? Consegue conceber algumas estratégias?
[Nota: a pergunta pode ter armadilhas... Uma dica: há ideias gerais, mas os livros são concretos - e cada um é um prototipo, isto é, peça única, mesmo quando é de um mesmo autor.]
Também entrou mais tarde Paulo Rebelo Gonçalves, responsável pela comunicação do grupo Porto Editora (um dos dois mais poderosos do mercado, o outro é a Leya).
A dada altura Beatriz queixava-se da dificuldade em encontrar um editor, e da colocação dos seus livros, e atribuía culpas aos editores. Por seu lado, Manuel S. Fonseca exigia uma mudança de paradigma nos apoios (a edição é uma das muitas vítimas do Covid), enquanto Paulo recusava qualquer comissão do Livro Bom - apesar de todos reconhecerem a importância do Plano Nacional de Leitura. (Eu por acaso concordo com a importância do Plano mas acho que a falta de recursos - desde logo, de gente para ler - o diminuem.)
As queixas interessam-me, porque é - tanto de autores como de editores - uma queixa que desresponsabiliza o próprio e responsabiliza outros. Presume que «eu» estou a fazer bem o meu trabalho, «os outros» é que não.
Ora, hoje em dia, com tanto livro publicado - muitos serão maus ou muito mais, mas bastantes serão bons ou muito bons - a dificuldade na edição passou da manufactura para a promoção. Isso é visível, infelizmente, no foco de investimento, por vezes, com um descurar o texto e do trabalho sobre o texto.
Muita gente não percebe uma coisa: aquilo que tomam por lucro tem de pagar o trabalho de muita gente. Nos 40% que o editor realmente receberá do livro estarão incluídas muitas despesas: de porte, paginação, design, revisão, edição, impressão, negociação de contrato, exemplares para promoção, telefonemas, mails, água, luz etc.
A verdade é que se publicam mais livros do que há leitores - para haver uma quantidade de leitores-compradores que pelo menos assegurem o retorno do investimento, mesmo com lucro zero.
E outra verdade é também esta: desde quando um autor - só por ser autor - tem direito decretado por uma qualquer Lei Divina a ter leitores?
E uma terceira verdade: muitos autores escrevem livros que, pela forma ou pelo conteúdo, nunca leriam se fossem escritos por outros. Reclamamos uma atenção da parte dos outros que não damos nem daríamos.
Um exemplo caricatural é a poesia: tanto poeta que pede atenção, mas acha os contemporâneos todos «uns chatos».
Com um editor é o mesmo: nem sempre pondera bem o eventual interesse que o livro que publica terá.
Dito isto, e já é um intróito longo, fica o desafio #17 (sempre a fazer apenas como jogo): como captar a atenção do leitor»? Consegue conceber algumas estratégias?
[Nota: a pergunta pode ter armadilhas... Uma dica: há ideias gerais, mas os livros são concretos - e cada um é um prototipo, isto é, peça única, mesmo quando é de um mesmo autor.]
quinta-feira, 23 de abril de 2020
Hoje é dia mundial do livro
Gosto sempre muito de cartoons com livros. Aqui estão alguns surripiados à página da Sofia Madalena Escourido, hoje editora do grupo Leya:
quarta-feira, 22 de abril de 2020
Conto infantil
Olá a todos!
Vou deixar aqui no blog o meu conto infantil para se alguém quiser me ajudar na edição, revisão, paginação e a pensar em soluções de ilustração. É um conto baseado em memórias e como discutido hoje na reunião do Zoom acredito que funcione como um dos contos de um livro de contos, destinado a um público de crianças de 7 a 13 anos falantes da Língua Portuguesa.
O Reino Distante
Luísa nasceu num lugar chamado Campos dos
Goytacazes. Nome comprido cheio de explicações. Foi lá, numa terra plana de
muitos campos, onde moravam os índios Goytacazes. Eles eram os donos da terra até o
homem branco chegar.
Luísa achava que
transformar as coisas era um superpoder.
Começou a usar seus
superpoderes para salvar gente. E a escrivaninha do seu quarto passava à
recepção de hospital. Atendia às chamadas mais urgentes, encaminhava os
pacientes para salas de cirurgia. A pequena Luísa sabia até o remédio certo
para a dor de barriga da Amanda e o corte no dedo do pé da Babi. Irmã e prima
ficavam boas rapidinho! E as três trocavam até os pelos da Dhana, uma Rough
Collie de estimação. Muito peluda, virava lobo em um segundo. Nada de latidos
dona Dhana!, dizia Luísa, enquanto levava sua cadela pra caçar vagalumes à
noitinha no seu quintal.
Por falar em quintal, lá era o seu reino mais
divertido. Fingia escola com mesa,
carteiras, quadro negro e avental. Transformava tudo em poucos segundos, nem
precisava de varinha mágica. Giz colorido! Bastava um para a menina virar
professora; os bichinhos de pelúcia, seus alunos. E no seu faz de conta, alfabetizou muita
gente.
No quintal também havia
mata fechada, com palmeira imensa e muitos outros bichinhos, todos debaixo da
terra. A temperamental menina virava paleontóloga para descobrir os fósseis
mais incríveis. Não deixava de fora da
brincadeira o quartinho de entulhos. Local para transformar bagunça em
biblioteca, esconderijo de tesouros. Toda tralha tocada por Luísa virava ouro.
Tudo podia a menina que
acreditava em seus superpoderes e no de outras pessoas.
Em Campos, tinha o
caseiro, que as pessoas chamavam de Seu Amaro. Para Luísa, Meu Amaro. Ela
descobriu que o superpoder do Meu Amaro era se transformar em uma imensa
muralha em volta da casa da avó Marlene quando todos dormiam. Que sono
tranquilo tinha Luísa quando ia passar férias de Verão lá.
Um dia, a menina percebeu
que os mais velhos eram também os mais
poderosos. Aquelas rugas engraçadas continham muito poder e foi assim que
descobriu a maior super-heroína de todos os tempos.
Ela morava em um reino
colado ao seu, no castelo da frente. Lá era como a Disneylândia. Em um piscar
de olhos, o tal castelo se enchia de toboágua, escorrega, palco para
apresentações de teatro e cantoria; a cozinha virava laboratório de
experiências artísticas e os armários eram os camarins abarrotados de roupas
para todos os cenários. A dona desse reino tinha muitos codinomes. Luísa a
chamava de vovó, potira, bruxa, mas o seu preferido era: índia velha.
A índia velha era mesmo
indígena, descendente dos Goytacazes. Filha de uma índia ainda mais velha e um homem
branco. Como quase todo brasileiro, escondia seus poderes, que eram
incontáveis: se quando Luísa caía de bicicleta ou aparecia com um corte no
braço, ela levava a menina para a cozinha, que se disfarçava de laboratório, e
lhe preparava uma poção para fechar ferida. No caldeirão, açúcar e pó de café!
Ela também curava de
outras maneiras. Às vezes, só com a força do pensamento; outras entoava
palavras ou cantos bonitos para o serviço ser feito. Ela gostava muito de
assobiar. Assobio espanta qualquer tristeza…, dizia, com olhar distante. E a
tristeza não entrava no reino.
Ela também tinha o poder
de espantar os monstros que viviam embaixo da cama de Luísa. Fazia uma pequena
oração e pronto, todos sumiam! Mas se o sono insistia em não vir, mais um poder
era acionado. Massagens nos pés de Luísa insone fazia a menina dormir em dois
segundos.
Luísa cresceu e percebeu
que o maior poder da Índia Velha era construir realidades. Ela construiu tudo
que a Luísa mais admira hoje: o lar, a família, a diversão. Ela multiplicava
sorrisos e comida. Transformava vizinhos em família e todas as pessoas em
amigos.
Mas ela não era daquelas
mulheres boazinhas, não. Na verdade, a Índia, era muito raivosa. Braba. Brigava
muito com a Luísa quando a menina andava descalça ou gastava a mesada com
chicletes. Logo a brabeza passava e vinha com ternuras sempre que chamada de
vovó. Como todo super-herói. Eles chegam para salvar o dia quando a gente mais
precisa. Era assim ela também.
Hoje, a maior super-heroína
de todos os tempos mora em um reino distante. Esse foi um poder que desenvolveu
quando suas rugas ficaram ainda maiores. Ela fez um reino mental. Lá, não se
sabe ao certo como ela vive. Se dá replay no passado, se inventa reinos
diferentes todos os dias, se consegue meditar na imensidão do nada. É o enigma.
Algumas pessoas, as adultas sem imaginação, chamam de Alzheimer.
Luísa, sua maior fã e
neta, sabe que no fundo é só mais um de seus poderes mais legais, pois, como
sabem, só a Luísa é capaz de desvendar os superpoderes das pessoas como ninguém,
pois Luísa tem superpoderes também e só quer saber onde fica o reino tão
distante.
Luísa Moura
Reunião/aula de hoje 22/4
Rui Zink está convidando você para uma reunião Zoom agendada.
Tópico: Minha Reunião
Hora: 22 abr 2020 06:00 PM Lisboa
Entrar na reunião Zoom
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/94458518844?pwd=TFNNZXVCYVd6QU0yeXVyeUhRRmtpZz09
ID da reunião: 944 5851 8844
Senha: 942283
Dispositivo móvel de um toque
+351211202618,,94458518844# Portugal
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+351 211 202 618 Portugal
+351 308 804 188 Portugal
+351 308 810 988 Portugal
ID da reunião: 944 5851 8844
Localizar seu número local: https://videoconf-colibri.zoom.us/u/ac0ypg9fd5
Ingresso pelo SIP
94458518844@zoomcrc.com
Tópico: Minha Reunião
Hora: 22 abr 2020 06:00 PM Lisboa
Entrar na reunião Zoom
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Senha: 942283
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Ingresso pelo SIP
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quarta-feira, 15 de abril de 2020
terça-feira, 14 de abril de 2020
Teimosa às cabeçadas
Teimosia, persistência, gosto pela escrita, ego e frustração. Estas palavras definem a minha óbvia dedicação à escrita. Porque hoje revi algumas palavras críticas sobre o livro que escrevi "Orfeu e os seus avôs em busca do Tósão" para me darem alento para não parar de escrever. De duas pessoas diferentes com opiniões distintas, mas que o seu feedback me faz querer continuar a melhorar, ponderar, aprender mais e alimentar o gosto pela escrita. A crítica é subjetiva, mas é a forma de poder melhorar. Ouvir quem sabe mais do que eu. A crítica é dura, não julguem que não.
E o nosso ego? E as frustrações? Há uns anos (quando era adolescente com a mania que sabia tudo) teria tido alguns ataques de fúria com a crítica (fosse ela qual fosse e de quem fosse).
Mas a crítica é também a forma de colocar o ego no sítio ou então fazê-lo crescer, de aprender a lidar com as frustrações ou simplesmente de aprender a aceitar a sua existência.
A mim a crítica faz-me querer escrever melhor, aperfeiçoar-me. "Alguém me leu" - é isto que penso (tenho um lado egocêntrico elevado como já devem ao longo do semestre ter reparado).
E se se deu ao trabalho de ler deixo sempre o meu grato agradecimento (a não ser algum filho da mãe sem escrúpulos e que ultrapasse a linha da estupidez).
"
Acho que a Margarida tem qualidades notáveis de inventiva, energia, gosto pela escrita etc. (...) Depois tem os defeitos de todos os que têm pouca experiência. (...) Um «defeito» a corrigir é a questão do humor: o humor escrito é a coisa mais difícil, porque exige timing do autor e confiança de que o leitor o tem também. Não há forma de evitar dar cabeçadas.
Mas a qualidade essencial para um escritor é a teimosia."
Palavras que me entraram lentamente na cabeça, que me puseram os pés na terra e (não posso mentir. Na verdade posso, mas não quero) mexeram com o meu ego e inseguranças. Mas fizeram-me bem. E porquê? Porque a teimosia eu tenho e só com críticas destas que dizem o bom e o mau eu posso melhorar. As cabeçadas ditas assim têm um encanto especial para mim porque esta crítica tem um enorme peso em mim enquanto "escritora". Ando sempre a inventar mil ideias, mil histórias, mas os pés têm de descer à Terra para poder melhorar.
Insistir, persistir, melhorar e não desistir. Numa só crítica vivi os pontos que enunciei no início deste texto - teimosia, persistência, gosto pela escrita, ego e frustração. E isso já ninguém me tira. Agradeço mesmo muito esta crítica porque é assim que se cresce.
Passemos à crítica dada por outra pessoa:
"No ano de 1995, andava eu na universidade, foi publicado 'O amor é fodido', do Miguel Esteves Cardoso. O gajo estava na moda. Não me lembro do enredo, mas aquilo eram palavrões em catadupa e eu achei o livro fantástico. Há alguns anos, encontrei o título numa livraria e abri-o por nostalgia. As poucas frases que li não me prenderam e as asneiras pareceram-me completamente gratuitas.
Em 'Orfeu e os seus avôs em busca do Tósão', os impropérios não são gratuitos. Por um lado, se eu, ou vocês, tivéssemos que contar as desventuras de um homossexual obeso, cujos avós partilham a mesma orientação sexual e com quem descobre ter partilhado um amante, que tem uma irmã satânica e uma avó que usa expressões como 'levar no cu' e 'esgalhar o pessegueiro', e que perde ambos os avós e um querido avôdrasto-psicólogo-amante no hiato de três semanas, também teríamos que encher o livro de palavras de má índole. Por outro lado, e isto provavelmente anula tudo o que escrevi até aqui, neste parágrafo, a Margarida não usou assim tantos palavrões (será que usou mesmo algum?), de onde se tira que lhe são caros e, muito naturalmente, ninguém está para oferecer o que é caro.
O livro, além da história que lá vem, é um cabaz de ofertas. São cinquentas e poucas páginas de papel muito grosso, no meio das quais, vêm várias fotografias de obscenidades disfarçadas. No pacote (e isto não é uma alusão ao personagem principal), vêm ainda um crachat, uma carta da autora, um pin, um saquinho todo catita e uma lâmina de barbear, colada com lacre encarnado a um envelope preto (ganda pinta!).
O conto encaixa bem nisto tudo. Lê-se de um trago. Está cheio de lugares comuns e de exageros que, individualmente poderiam parecer rebuscados, mas que no conjunto são coerentes e equilibrados. Relata-se uma existência exagerada com um exagero de palavras e expressões que lhe conferem credibilidade. O Orfeu é mesmo assim. Ao Orfeu-personagem acontece mesmo tudo. É um exagero. E, daí, ser proporcional que o Orfeu-texto contenha um desfile de provocadores atos, gestos e revelações. Exageradamente, pois claro.
Daqui a 25 anos, quando estiver a vaguear pela última livraria de rua, e bater com os olhos neste título, vou abri-lo por nostalgia. Não sei se alguma frase me prenderá então. Nem se a provocação me parecerá gratuita. Enfim, sei. "Eu, Orfeu, tenho uma verruga na ponta da pila!" é incontornável e vai ser sempre a fonte de uma gargalhada!"
Alimentou-me o ego? Sim é verdade, mas nas entrelinhas consigo perceber que podia ter sido melhor. E percebo o quanto este tipo de humor pode ser amado ou odiado. Na verdade sem crítica não vou a lado nenhum mas sem teimosia e cabeçadas é que não saio do mesmo sítio. Se daqui a 25 anos já se conhecer o meu nome no mercado então é sinal que cheguei lá.
Aquilo que escrevo traz-me algo simples: prazer, treino, insistência, ego nos píncaros, ego no fundo do poço, ilusões e desilusões.
Tanta coisa para vos dizer que sou teimosa!
E vocês como encaram a crítica? E a teimosia do escritor?
Reunião/aula quarta 15, 18h
Rui Zink está convidando você para uma reunião Zoom agendada.
Tópico: Minha Reunião
Hora: 15 abr 2020 06:00 PM Lisboa
Entrar na reunião Zoom
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/96199985847
ID da reunião: 961 9998 5847
Dispositivo móvel de um toque
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+351308804188,,96199985847# Portugal
Discar pelo seu local
+351 265 120 012 Portugal
+351 308 804 188 Portugal
+351 308 810 988 Portugal
+351 211 202 618 Portugal
ID da reunião: 961 9998 5847
Localizar seu número local: https://videoconf-colibri.zoom.us/u/ac0ypg9fd5
Ingresso pelo SIP
96199985847@zoomcrc.com
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Exercício #16 (páginas 1 & 2)
Somos um conjunto de portugueses
profundamente preocupados com o futuro do nosso país. Os tempos merecem de
todos uma resposta célere e à altura dos acontecimentos.
Vossas Excelências e o Governo
têm sido o garante da implementação de todas as medidas de contenção e
prevenção necessárias. Os subscritores reconhecem que o papel de cada um foi
fundamental para que hoje possamos dizer que Portugal se antecipou a um tsunami
devastador, à semelhança do que está a acontecer em Espanha.
Congratulamo-nos pela rápida e
eficaz implementação do plano de emergência nacional, que está a atingir os
resultados esperados, de abrandamento da curva de propagação da epidemia e manutenção
da capacidade instalada do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Não podemos, no entanto, deixar de
notar que Portugal ainda não ganhou esta primeira batalha. Partindo do pressuposto
que nenhum país estaria preparado para os efeitos de uma pandemia de tamanha
proporção, não podemos, no entanto, deixar de vos dirigir estas palavras.
Saudamos a atitude do Governo
português nas medidas possíveis de contenção. Do encerramento das escolas, bem
como na luta que desenvolve todos os dias para dotar o SNS com mais
ventiladores e outros equipamentos essenciais para a preservação de mais vidas.
Conforme o alerta da Ordem dos
Médicos, temos hoje a consciência clara de que milhares de utentes evitam o
SNS, por receio de potencial contágio. Este facto leva a que patologias mais
frequentes e igualmente fatais estejam a ser diagnosticadas tardiamente,
aumentando assim a morbilidade e mortalidade.
Apesar de todas as limitações, o
nosso SNS tem vindo a ser capaz de estar à altura dos acontecimentos, e é por
isso devido um agradecimento e um profundo reconhecimento a todos os
profissionais de saúde que combatem este vírus na linha da frente.
Recusamos o debate dualista entre
economia e saúde pública que em nada contribui para a tranquilidade da
população. Preocupa-nos a sobrevivência de um modelo de sociedade que tanto
custou a conquistar e que depende, em grande parte, da igualdade de oportunidades
e do bem comum das nossas comunidades.
Sabemos que, havendo garantias de
saúde pública, em consonância com o parecer dos técnicos especialistas, o
estado de emergência venha a ser levantado gradualmente com a mitigação da
epidemia. Esta medida liberta a economia e permite que a atividade volte à
normalidade possível dentro da realidade que vivemos, o que é fundamental no
contexto económico que enfrentamos.
Acreditamos que este processo irá
restabelecer a confiança e o regresso à normal atividade do SNS para outras
patologias que não o COVID-19 e, também, que rapidamente a economia começará a
dar sinais de robustecimento e vitalidade crescente. A abordagem de redução
gradual do confinamento exigirá, contudo, a implementação de medidas de
contenção adicionais de forma a prevenir novos surtos. Estas medidas deverão
ser desenhadas e apresentadas a todos os portugueses desde já, como plano de
salvaguarda, e garante de que estaremos preparados para o risco de um eventual
novo surto.
- Ana Lopes
Correcção ao exercício #16 e continuação do desafio
Aqui o que eu fiz (e faria) à primeira página da Carta Aberta das 159 personalidades portuguesas.
E, para quem quiser continuar, a página 2:
E, para quem quiser continuar, a página 2:
Conto Infantil
Aqui está o meu conto infantil. Partilho-o para poderem dar sugestões de como o melhorar! Espero que gostem.
Uma girafa diferente
Na Ilha dos Girassóis viviam muitas girafas e uma delas era a Girafa Graciela.
A girafa Graciela era diferente de todas as girafas. Não tinha um pescoço grande como todas as outras. Então a Graciela nunca queria sair de casa e brincar com as outras girafas com medo de que elas fizessem piadas más sobre ela.
Um dia o seu pai disse-lhe: – Graciela, tens de brincar com outras girafas! Não podes ficar fechada dentro de casa para sempre!
A pequena Graciela fugiu para o seu quarto e lá se trancou. Não queria ouvir o seu pai a pedir-lhe algo que não conseguia fazer!
No dia seguinte veio a mãe da Graciela e disse: – Pequena, porque não vais só um bocadinho lá para fora?
Mais uma vez a Graciela começou a chorar, sentia que ninguém a entendia.
O seu único amigo era o rinoceronte Raul. O rinoceronte Raul e a girafa Graciela brincavam sempre no seu quarto até que um dia o Raul lhe disse: – Vamos lá para fora! Está sol e só queria brincar com os meus amigos à beira do lago.
– Mas Raul... As outras girafas vão fazer piadas sobre o meu pescoço! – Disse a Graciela com lágrimas nos olhos.
– Se ouvires alguém a fazer essas piadas chamas-me! Sabes que todas as girafas têm medo dos rinocerontes! – Assegurou-lhe o Raul.
– Se ouvires alguém a fazer essas piadas chamas-me! Sabes que todas as girafas têm medo dos rinocerontes! – Assegurou-lhe o Raul.
A Graciela decidiu acreditar no Raul, juntou toda a sua coragem e decidiu sair com ele.
Os dois saíram e todas as girafas ficaram a olhar para a Graciela, admiradas que tivesse saído de casa.
A pequena girafa envergonhada escondia-se atrás do seu amigo. Até que a girafa Guida apontou na direção da Graciela e gritou: – Vejam! É a girafa sem pescoço! E todas as girafas começaram a rir e a fazer piadas sobre o pescoço da Graciela.
A chorar, ela correu para o quarto e prometeu que nunca mais ia sair de lá!
Passou muitos dias a brincar com o Raul no seu quarto, em todos esses dias o Raul pedia à Graciela para brincarem lá fora e prometia-lhe que daquela vez ninguém ia fazer piadas sobre o seu pescoço, mas a Graciela não acreditava e passava os seus dias fechada no quarto.
Até que um dia ouviu todos os animais a gritar lá fora e a pedirem ajuda. A Graciela não aguentou e correu ver o que se passava.
Uma girafa bebé estava metida num tubo e nenhuma girafa conseguia meter o pescoço no tubo para tirar a bebé de lá.
A Graciela correu até ao tubo, baixou-se e conseguiu puxar a bebé para fora!
Todas as girafas festejaram e agradeceram à Graciela pelo que tinha feito!
Depois disso a pequena girafa já saída todos os dias para brincar com as outras girafas e com o Raul.
Afinal, ser diferente não é mau!
segunda-feira, 13 de abril de 2020
Resposta ao exercício :: Conto Infantil
Seguindo também a sugestão do professor, posto aqui no blog minha proposta de conto infantil (devidamente revisto pela minha editora Amanda Vital) para a apreciação dos colegas. A versão completa tem descrições das ilustrações, mas não encontrei uma forma de postá-las aqui sem talvez atrapalhar a leitura. Enfim, fiquem à vontade para sugerir alterações e fazer observações.
Era uma vez um menino que brincava sozinho.
Com os carrinhos a correr, com os dinossauros a rugir e com os bonecos a lutar.
Mamãe e papai brincavam com ele sempre que podiam…
Contavam histórias e davam abracinhos e beijinhos.
Mas os adultos sempre tinham muitas coisas chatas a fazer...
E a mamãe e o papai ficavam tristes ao verem o filho tão sozinho.
Até que, um dia, eles disseram ao menino que ele teria companhia…
O menino ficou radiante!
Mas não sabia do que a mamãe estava a falar.
Alguns amigos da escola tinham irmãozinhos… Será que ele ia ganhar um?
Imaginou a barriga da mamãe a crescer… Fixe!
Mas depois o bebé só ia chorar e chorar e chorar, que é o que os bebés fazem…
E o papai e a mamãe a dar carinho ao bebé, a cuidar do bebé…
E a deixar o menino de lado.
Imaginou-se sozinho…
O menino, já a chorar, gritou: NÃO QUERO UM IRMÃOZINHO!
A mamãe e o papai, surpresos, acalmaram o miúdo.
“Meu amor, nós nem podemos dar-te um irmãozinho por agora. Mas temos aqui outro bebé."
O papai mostrou ao menino o pequeno cãozinho que segurava. “Tu vais ajudar-nos a cuidar dele, e ele vai brincar muito contigo, está bem?”
O menino ficou super feliz! Era um filhote tão fofinho! Ele ajudou a cuidar do cãozinho, e os dois brincaram muito juntos!
“Se um bebé cãozinho é tão fixe, ter um irmãozinho talvez não fosse má ideia”, pensou o menino.
O menino que brincava sozinho
Era uma vez um menino que brincava sozinho.
Com os carrinhos a correr, com os dinossauros a rugir e com os bonecos a lutar.
Mamãe e papai brincavam com ele sempre que podiam…
Contavam histórias e davam abracinhos e beijinhos.
Mas os adultos sempre tinham muitas coisas chatas a fazer...
E a mamãe e o papai ficavam tristes ao verem o filho tão sozinho.
Até que, um dia, eles disseram ao menino que ele teria companhia…
O menino ficou radiante!
Mas não sabia do que a mamãe estava a falar.
Alguns amigos da escola tinham irmãozinhos… Será que ele ia ganhar um?
Imaginou a barriga da mamãe a crescer… Fixe!
Mas depois o bebé só ia chorar e chorar e chorar, que é o que os bebés fazem…
E o papai e a mamãe a dar carinho ao bebé, a cuidar do bebé…
E a deixar o menino de lado.
Imaginou-se sozinho…
O menino, já a chorar, gritou: NÃO QUERO UM IRMÃOZINHO!
A mamãe e o papai, surpresos, acalmaram o miúdo.
“Meu amor, nós nem podemos dar-te um irmãozinho por agora. Mas temos aqui outro bebé."
O papai mostrou ao menino o pequeno cãozinho que segurava. “Tu vais ajudar-nos a cuidar dele, e ele vai brincar muito contigo, está bem?”
O menino ficou super feliz! Era um filhote tão fofinho! Ele ajudou a cuidar do cãozinho, e os dois brincaram muito juntos!
“Se um bebé cãozinho é tão fixe, ter um irmãozinho talvez não fosse má ideia”, pensou o menino.
Exercício #16
Um pequeno desafio que dura cinco minutos para quem quiser exercitar-se. Uma carta aberta subscrita por 159 personalidades portuguesas enviou uma Carta Aberta ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e ao presidente da Assembleia Legislativa, os três poderes em Portugal. A carta tem cinco páginas de texto - as restantes quatro são as assinaturas e eu, como especialista em texto, teria observações a fazer, se me tivessem contratado como consultor, copy, editor etc. Desde logo, está muito longa.
Podem vê-la na íntegra aqui. De momento, coloco à vossa leitura apenas a primeira página. O exercício é simples: ajudar este texto a ficar melhor, interferindo o mínimo.
Amanhã, para comparação, coloco as minhas alterações - que até podem ser piores que as vossas, isto é experiência intuição e aplicação de algumas regras (o meu mundialmente célebre método S.E.R. (Simplicidade, Economia, Rigor) nunca ciência.
Podem vê-la na íntegra aqui. De momento, coloco à vossa leitura apenas a primeira página. O exercício é simples: ajudar este texto a ficar melhor, interferindo o mínimo.
Amanhã, para comparação, coloco as minhas alterações - que até podem ser piores que as vossas, isto é experiência intuição e aplicação de algumas regras (o meu mundialmente célebre método S.E.R. (Simplicidade, Economia, Rigor) nunca ciência.
Que instrumentos são úteis para avaliamos os contos?
Aqui ficam alguns instrumentos que podem ajudar a testar (criticar/editar) um texto:
E três dicas de como, quase com estúpida simplicidade, se encontra uma ideia genial.
Os três são brilhantes mas colocam problemas de leitura distintos - isto é, exigem um tipo de leitor concreto.
No primeiro, é humor francês, com um acanalhamento que hoje seria pouco aceitável nos puritanos Estados Unidos, além de sabermos francês: «Porra, usa o cotovelo!»
No segundo, além de sabermos inglês (hoje a língua internacional da vossa geração), basta termos a referência do estereótipo do náufrago que, quando um navio passa, tenta que o vejam. Aqui, em tempo de coronavírus, é o contrário: «Vão embora!»
No terceiro, além do inglês, convém saber que uma das diferenças entre cristianismo e judaísmo é a crença de que Jesus é o Messias - e que ressuscitou ao terceiro dia, hoje. Esse é o princípio da piada. Mas o melhor vem depois: um bolo com fermento levanta-se (rises), incha; um bolo sem fermento não. Ora o Matzo, ou pão ázimo, é um pão/bolacha sem fermento (ou seja: that doesn't rise) comido neste momento da Páscoa judaica, em celebração da fuga do Egipto. É humor suave com duas tradições religiosas e culinárias opostas mas hoje em paz, que em princípio não ofende ninguém (ao contrário da piada francesa, que ofenderá alguma gente, receio).
O que é um tesseracto?
Estou sempre à procura de novas formas de contar/editar uma história.
Um dos autores mais criativos que conheço - e mais bem sucedidos reformulando estruturas - é Italo Calvino. Todos os livros dele são incríveis, mas uns são mais incríveis que outros. Não podendo recomendar todos, escolho três:
Todos estes livros são um prodígio. Calvino é o contrário de Umberto Eco. Este era um semiólogo, um crítico e um académico que, depois de muito escrever sobre a Obra Aberta e James Joyce e outros textos, decidiu escrever ele próprio um romance, e o que saiu foi um belo pastiche, mas um livro que nada acrescenta (na minha opinião, obviamente) à crono-aventura do romance.
Em contrapartida, Calvino é desde muito cedo um escritor (um talento precoce) que, tardiamente, se começa a interessar por questões teóricas.
No Youtube, encontrei por desfastio três pequenos vídeos que, sem dizerem algo terrivelmente novo, formulam decentemente questões que (não sei bem como, mas intuo) nos podem ajudar. Micro-aulas, se quiserem. O primeiro sobre como a técnica tem de ser ampliada por uma atitude mental,o segundo sobre o que é o tesseracto e aqui o terceiro sobre a psicologia da resolução de problemas.
O domínio técnico faz de nós competentes. Mas competente = medíocre.
Já não é mau, mas...
Nota de rodapé: a minha admiração por Calvino levou-me a lê-lo todo, a descobrir na feira do livro que já tinha sido cá editado nos anos 60 mas caíra em desuso, antes de com a morte virar a ser moda, e tentei imitá-lo. Depois percebi que a admiração não fazia de mim seu igual: enquanto leitor tenho superpoderes, consigo (porque sou inteligente q.b.) compreender um ror de textos, viajar por universos e estilos, mas enquanto autor estou preso a mim próprio: a uma só forma de dizer/pensar, a uma mão cheia de temas, a um corpo-mente limitadito...
Um dos autores mais criativos que conheço - e mais bem sucedidos reformulando estruturas - é Italo Calvino. Todos os livros dele são incríveis, mas uns são mais incríveis que outros. Não podendo recomendar todos, escolho três:
- As Cidade Invisíveis (1972) - comprem, está à venda por 10 euros na colecção RTP, não se arrependem. Calvino usa a parte mais chata de uma história (a descrição) e faz um romance magnífico só com meia centena de descrições.
- E se por uma Noite de Inverno um Viajante (1979) - talvez o melhor livro que conheço de ficção sobre o processo editorial. Um prodígio: um livro feito de dez começos de romance que, por um azar ou outro, não têm continuação, ao mesmo tempo que leva um Leitor por uma viagem romântico-realista pelo mundo da publicação e do livro.
- O Castelo dos Destinos Cruzados (1969) - um cavaleiro vai por uma floresta mágica e perde a voz. Chegado a um castelo, a uma mesa redonda estão sentadas várias figuras medievais: um pajem, uma dama, um conde, um mercador... No centro da mesa, apenas um baralho de cartas do Tarot. Aborrecidos e mudos estão, até que alguém tem uma ideia: contar a história da sua aventura ou desventura recorrendo à conjunção entre três elementos: a) a escolha de algumas cartas, b) a ordem tipo BD por que as joga; c) alguma mímica. O resultado são várias histórias em prosa, mas sempre com as cartas ao longo da margem, para as acompanharmos. Entrementes, duas dúvidas: será que a história que quem conta conta é a mesma que quem 'escuta' escuta? e será a mesma que os outros entendem? É, segundo o próprio, um livro falhado - mas que magnífico falhanço!
Todos estes livros são um prodígio. Calvino é o contrário de Umberto Eco. Este era um semiólogo, um crítico e um académico que, depois de muito escrever sobre a Obra Aberta e James Joyce e outros textos, decidiu escrever ele próprio um romance, e o que saiu foi um belo pastiche, mas um livro que nada acrescenta (na minha opinião, obviamente) à crono-aventura do romance.
Em contrapartida, Calvino é desde muito cedo um escritor (um talento precoce) que, tardiamente, se começa a interessar por questões teóricas.
No Youtube, encontrei por desfastio três pequenos vídeos que, sem dizerem algo terrivelmente novo, formulam decentemente questões que (não sei bem como, mas intuo) nos podem ajudar. Micro-aulas, se quiserem. O primeiro sobre como a técnica tem de ser ampliada por uma atitude mental,o segundo sobre o que é o tesseracto e aqui o terceiro sobre a psicologia da resolução de problemas.
O domínio técnico faz de nós competentes. Mas competente = medíocre.
Já não é mau, mas...
Nota de rodapé: a minha admiração por Calvino levou-me a lê-lo todo, a descobrir na feira do livro que já tinha sido cá editado nos anos 60 mas caíra em desuso, antes de com a morte virar a ser moda, e tentei imitá-lo. Depois percebi que a admiração não fazia de mim seu igual: enquanto leitor tenho superpoderes, consigo (porque sou inteligente q.b.) compreender um ror de textos, viajar por universos e estilos, mas enquanto autor estou preso a mim próprio: a uma só forma de dizer/pensar, a uma mão cheia de temas, a um corpo-mente limitadito...
sexta-feira, 10 de abril de 2020
Conto: Ms. Rona
Caros colegas, esta é a minha proposta de conto. Foi-me sugerido pelo professor Rui partilhá-lo para não só o poderem criticar, como também para me ajudarem no seu processo de edição. Espero que gostem e que vos dê inspiração!
Esta é a
história de Ms. Rona e do Vale do Sabão.
Ms. Rona
era uma senhora muito limpinha e arranjada que vivia no Vale do Sabão.
Num lindo
dia de sol, enquanto Ms. Rona estava a ver o que lhe faltava em casa, reparou
que o sabão tinha acabado.
Como era uma senhora que cuidava muito de si, não podia estar sem sabão!
Vestiu o seu vestido amarelo e agarrou na sua mala azul e lá
saiu de casa para ir ao mercado comprar sabão.
Quando chegou ao mercado ficou muito admirada pois estava uma fila muito grande
para entrar.
Enquanto estava à espera conseguiu ouvir outras senhoras, que
estavam muito preocupadas, a falar de Mr. Viroso.
Mr. Viroso era um senhor muito diferente de Ms. Rona e todos
os outros habitantes do Vale do Sabão tinham muito medo dele porque ele adorava
pregar partidas.
As senhoras estavam a dizer que o Mr. Viroso tinha criado um
bichinho muuuuuuito pequenino chamado Riri que ao picar as pessoas fazia com
que elas rissem sem parar!
Ms. Rona ficou muito nervosa, por isso, perguntou às senhoras o que poderia
afastar o bichinho Riri.
Elas disseram que papel higiénico era a cura porque deixava-as muito limpinhas e
assim o bichinho não conseguia chegar ao pé delas.
Ao entrar, foi buscar sabão e reparou que o único corredor que
estava cheio de pessoas era o corredor do papel. Estavam só a levar papel
higiénico para se protegerem!
Ficou um pouco assustada por não conseguir nenhum rolinho de
papel para ela, mas ao pensar com calma percebeu que o sabão era muito mais
forte porque deixava a sua pele muito limpinha e cheirosa.
Pagou o seu sabão, agradeceu à senhora que estava na caixa e
foi para casa descansar porque estava muito cansada e precisava de se lavar e
ir dormir.
Na manhã do dia seguinte acordou a ouvir muitos risos na rua.
Foi à janela e reparou que as as pessoas que usavam sabão
estavam bem e muito cheirosas, mas que todas as outras que só se limpavam com
papel tinham sido picadas pelo bichinho Riri.
As pessoas não podiam ficar assim e então foi ter com todas as pessoas do Vale
do Sabão que tinham pequenos sabõezinhos em casa e pensou num plano:
Tinham de mandar as pessoas para o Rio do Sabonete que existia
no vale e também todo o sabão para que a água fizesse muitas bolhinhas para as
lavar e curar da picada do bichinho Riri!
Com ajuda das pessoas que estavam bem, pegou numa corda, deu
voltinhas à volta das pessoas que estavam todas distraídas a rir e foram
puxando-as até ao rio.
Ao chegar ao lindo Rio do Sabonete, olhou para todas as
pessoas que estavam presas na corda e quando viu quem estava em último começou
a rir muito.
Mas Ms. Rona não se ria por ter sido picada pelo bichinho Riri
mas sim porque na ponta da corda lá estava Mr. Viroso que tinha sim sido picado
pelo seu bichinho e ria-se imensamente!
Atiraram as pessoas para o rio e muito rápido voltaram ao
normal.
No fim, Mr. Viruso agradeceu muito a Mrs. Rona por o ter
salvo, prometeu que nunca mais ia pregar partidas e disse que não ia deixar o
bichinho Riri sair de casa até aprender que já não podia picar mais ninguém.
Esta é a história de Ms.
Rona e do Vale do Sabão.
A Margarida e o Sandro já fizeram o conto infantil
Este exercício é só vantagens: é um texto breve, de preferência numa linguagem simples, com um número reduzido de páginas.
Há muitos anos li uma psicóloga francesa - salvo erro, Catherine Eliacheff, mas pode ter sido outra, a França tem muitos psicólogos - dizer de forma lapidar: a primeira história que um bebé vê/lê/escuta é o dos pais a esconderem a cara com as mãos e a reaparecerem dizendo: «Cucu!»
Um livro para bebés pode ter apenas um pinhado de páginas. Começa por ser um T invertido. É esse T que cria um antes e um depois - o movimento da história.
Um poema é quase sempre como um quadro - está parado numa página e lemos de uma só vez. Uma história é mais como o cinema, temos de andar e podemos até ser obrigados a fazer pausas, como numa viagem.
E sobre o editing, repito: Nada como fazer para aprender. Repito: comentar o trabalho alheio não é uma ciência, é mais uma arte - só que informada por leituras, prática e intuição apurada.
Há muitos anos li uma psicóloga francesa - salvo erro, Catherine Eliacheff, mas pode ter sido outra, a França tem muitos psicólogos - dizer de forma lapidar: a primeira história que um bebé vê/lê/escuta é o dos pais a esconderem a cara com as mãos e a reaparecerem dizendo: «Cucu!»
Um livro para bebés pode ter apenas um pinhado de páginas. Começa por ser um T invertido. É esse T que cria um antes e um depois - o movimento da história.
Um poema é quase sempre como um quadro - está parado numa página e lemos de uma só vez. Uma história é mais como o cinema, temos de andar e podemos até ser obrigados a fazer pausas, como numa viagem.
E sobre o editing, repito: Nada como fazer para aprender. Repito: comentar o trabalho alheio não é uma ciência, é mais uma arte - só que informada por leituras, prática e intuição apurada.
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